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Política

Especialistas avaliam que expansão do Brics pode ter mais impacto político que econômico

Comércio do Brasil com novos membros chegou a US$44 bilhões em 2022

Por Da Redação
Ás

Especialistas avaliam que expansão do Brics pode ter mais impacto político que econômico

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os negócios entre o Brasil e os países que passarão a integrar o Brics a partir de 2024, somam US$44 bilhões por ano. Os novos países são Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes e Irã.

Ainda assim, alguns especialistas afirmam que o crescimento do bloco terá mais impacto político do que econômico.  

A professora de relações internacionais da Universidade de São Paulo, explicou que a intenção do Brasil é aumentar o diálogo com os países do grupo nas áreas comercial, financeira, tecnológica e política.

"De um lado, o Brasil ganha por fazer parte de um grupo mais amplo e por ter um peso grande dentro desse grupo. No caso dos países do Oriente Médio, que são exportadores de petróleo, isso traz uma aliança mais próxima com eles, o que pode significar maior cooperação nas áreas que são de interesse do Brasil, como energia e combustíveis. No caso da Argentina, essa é uma forma de o país ter outra opção para sair da crise econômica, o que traz reflexos positivos para o Brasil”, afirma. 

Porém, a professora também deixa claro que existem algumas complexidades na nova configuração do Brics, que pode acabar atrapalhando o Brasil.

"É um acordo que pode ser complexo, dependendo da trilha a ser percorrida por esses países do ponto de vista geopolítico. É importante o Brasil atestar que não está apoiando uma ação antiamericana, por exemplo, porque também temos interesses na relação com os Estados Unidos e com a União Europeia”, diz.

Na mesma linha, o ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Barbosa avalia que a expansão do bloco pode não ser interessante para o Brasil do ponto de vista geopolítico. 

“Esvazia-se a posição do país, e em troca o Brasil não ganhou nada, apenas um aceno em relação ao Conselho de Segurança da ONU, mas não tem nada certo ainda. O que vemos é que com a entrada de outros países, o Brasil vai ficar menos influente. Isso sem falar nas conotações ideológicas e no alinhamento com países autoritários”, comenta.

O ex-embaixador lembra que, em outros momentos, o Brasil propôs discutir critérios para a entrada de novos países no bloco, no entanto cedeu à pressão da China, que busca aumentar influência global e impor sua liderança no grupo.

“A China mostrou que tem força, dobrou o Brasil e a Índia para conseguir o aumento no número de membros do grupo. Além disso, a Rússia também é beneficiada, por estar isolada por causa da guerra, ela busca ampliar a influência porque mostra que ela tem apoio”, conclui.

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