Especialistas explicam porque vacinação contra a dengue ainda é baixa no Brasil
País vive com mais de 1,8 milhão de prováveis casos de doença
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O Brasil conta com mais de 1,8 milhão de registros prováveis de dengue, além de 11 estados que já decretaram situação de emergência por causa da alta incidência da doença entre habitantes.
Pouco mais de um mês depois da vacinação, apenas 30,98% das doses distribuídas foram aplicadas até quinta-feira (14). Segundo o Ministério da Saúde, de 9 de fevereiro até a semana passada, 381.029 doses foram aplicadas de um total de 1.235.236 já distribuídas.
Entre os fatores citados por especialistas ouvidos pelo UOL estão a falta de percepção do risco, fake news e comunicação pouco efetiva. "Tem uma questão de percepção de risco que a criança talvez não seja tão acometida pela doença. Também tem um problema de questão logística, é uma faixa etária muito estreita, com doses chegando picadas", avalia Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
"Vacinas sofreram ataque covarde e fraudulento com fake news e pseudociência." A afirmação é de Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Isso acabou, infelizmente, respingando em todas [as vacinas]."
O Ministério da Saúde diz ter comprado todo estoque disponível de vacinas contra a dengue em 2024 e 2025. A pasta informou coordenar um esforço para ampliar o acesso ao imunizante, solicitou prioridade para essa ação e diz que atuará em conjunto com o Instituto Butantan e a Fiocruz para expandir a produção de vacinas para o Brasil.
Atualmente, o público-alvo das vacinas em 2024 é formado por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.