Especialistas sugerem mudanças no modelo do Fies
Objetivo é tornar o pagamento proporcional à renda do jovem após a formatura
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Especialistas discutem uma nova reformulação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), com o objetivo de tornar o pagamento proporcional à renda do jovem após a formatura. Como foi revelado na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, na sexta-feira (24), quem não tiver renda, não paga; mas a dívida permanece até que seja possível a cobrança.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Nascimento, sugeriu um modelo no qual a Receita Federal cobraria o empréstimo como se fosse uma contribuição. Segundo ele, os valores do fundo poderiam ser ampliados com contribuições dos estudantes de alta renda que passaram por universidades públicas.
Ainda de acordo com Nascimento, a norma seria uma alternativa à proposta em tramitação na Câmara (PEC 206/19) que intenciona cobrar mensalidades nas universidades públicas.
Para o consultor legislativo da Câmara, Renato Gilioli, a proposta esbarra na grande informalidade do trabalho no Brasil. “Como é que a Receita Federal vai captar essas rendas informais? Não capta. Eu acho que pode melhorar, sempre tem um público que pode ser atendido. Só que tende a ser um público com mais renda”, disse.
Gilioli ainda ressaltou que seria mais interessante distribuir apenas bolsas integrais para pessoas de baixa renda, considerando que elas dificilmente terão renda suficiente para pagar empréstimos mais tarde.