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Espécies de animais gigantes que desapareceram há 50 mil anos eram portadores de uma doença óssea grave, aponta estudo

Pesquisadores acreditam que evidência de osteocondrose dissecante nos predadores apontam como eles foram extintos

Por Da Redação
Ás

Espécies de animais gigantes que desapareceram há 50 mil anos eram portadores de uma doença óssea grave, aponta estudo

Foto: UFRGS/Reprodução

Entre 50 mil e 10 mil anos atrás, quando as calotas de gelo derreteram a temperatura do planeta subiu, cerca de 100 espécies de animais gigantes desapareceram sem deixar qualquer vestígio. E pesquisadores tentam entender como esses animais morreram, entre eles os predadores tigre dentes-de-sabre e o lobo-terrível. As informações foram publicadas no jornal O Globo.

Os paleontólogos acreditam que a causa tenha sido a competição por alimentos, que estavam limitados na época. Mas novas evidências apontam que uma doença óssea, que pode debilitar cães e gatos modernos, e até mesmo humanos, também pode ter exercido um papel importante. 

Em um artigo publicado na quarta-feira (19) pela revista PLoS One, um investigador informou que, com a mudança do clima, os ossos dos tigres dente-de-sabre e dos lobos-terríveis passaram a apresentar defeitos associados à osteocondrite dissecante, ou OCD, uma doença grave em que buracos se formam nos ossos.

O OCD é uma doença comum que afeta as articulações de cães de crescimento rápido. Embora seja menos comum entre os felinos, já foram relatados casos entre leopardos-das-neves. 

"Essas descobertas mostram um instantâneo fossilizado de como a fisiologia de predadores importantes do Pleistoceno (entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás) provavelmente foram enfraquecidas pelas pressões ambientais", disse Mairin Balisi, curadora do Museu Raymond M. Alf de Paleontologia, na Califórnia.

Em 2022, Hugo Schmokel, um dos autores do artigo, visitou o sítio de pesquisas paleontológicas La Brea Tar Pits, em Los Angeles, para estudar se os tigres dentes-de-sabre e os lobos-terríveis sofriam de doenças dos ligamentos. Em vez disso, outra coisa chamou sua atenção: as reentrâncias espalhadas pelas articulações dos ombros e ombros desses carnívoros antigos.

Os paleontólogos notaram esses defeitos, mas “ninguém havia percebido que talvez fossem danos sofridos em vida, e não pós-morte”, disse Schmokel. Com a ajuda de Balisi, então pesquisadora e pós-doutoranda em La Brea Tar Pits, e Aisling Farrell, administradora sênior de coleções, ele examinou mais de mil ossos de membros desses animais.

A equipe descobriu que cerca de 6% dos ossos dos membros de tigres dentes-de-sabre adultos jovens e filhotes, especificamente as articulações dos filhos, apresentavam reentrâncias medindo menos de sete milímetros. Quase 3% dos lobos-terríveis adultos e filhotes também apresentavam defeitos no joelho medindo mais de 12 mm.

No entanto, considerando apenas os ossos é difícil avaliar o consumo dos animais pelo OCD. Os pesquisadores também não têm certeza como isso afetou a qualidade de vida ou a mobilidade dos animais. 
 

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