Espião Russo preso no Brasil pode ser extraditado; entenda
Lula dará a palavra final para a extradição de Cherkasov

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve decidir o destino do espião Russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, preso em Brasília desde o fim de 2022. O espião cumpre pena até 2027 em presídio federal, mas pode ser extraditado à Rússia de forma antecipada com aval jurídico.
A possível extradição está sendo analisada no momento pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça (MJ).
Segundo o juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 15° Vara Federal, que recebeu o documento no início deste mês, não tem mais processos contra o russo na esfera do Distrito Federal, o que antes seria um impeditivo à extradição solicitada pela Rússia.
O MJ também pediu atualizações para a Polícia Federal, à Justiça Federal de São Paulo, para a 4ª Vara do Rio de Janeiro, ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).
Conforme a PF, não há inquérito contra Cherkasov, mas sim parte de uma investigação sobre 10 espiões que usaram o Brasil como país base. Ele foi preso em 2022 com uso de documento falso, se passando por brasileiro e o nome de Victor Muller.
Desde então, ele está na Penitenciária Federal, em Brasília, de segurança máxima. Após a prisão, dois países passaram a disputá-lo: Rússia e Estados Unidos. A Rússia foi a primeira a pedir extradição dizendo que ele é procurado por tráfico internacional.
O país enviou documentos ao Brasil que foram analisados pela PF, mas os investigadores não conseguiram atestar a veracidade e avaliaram que seria uma estratégia para "buscar" o espião de volta.
Os EUA apresentaram informações da CIA que indicaram que o espião russo também entrou no país com o nome falso e teria espionado o país durante uma passagem em solo norte-americano para estudar em uma universidade.
Neste momento, a análise técnica é do Ministério da Justiça, que pode dar seguimento e aval à extradição com base nas investigações e processos já encerrados. No entanto, a palavra final do Palácio do Planalto, com chancela de Lula.


