Esposa latina de eleitor de Trump é detida por não ter cidadania americana
Bradley Bartell afirmou que votou em Trump por achar que as medidas afetariam apenas 'imigrantes criminosos'

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O americano Bradley Bartell, que é eleitor de Donald Trump, e sua esposa peruana Camila Muñoz, tiveram a história amorosa interrompida após retornarem da lua de mel em fevereiro de 2025. A caminho de Wisconsin, nos Estados Unidos, Muñoz foi detida no aeroporto após ser questionada por um agente se era cidadã americana. Ela e o marido já haviam iniciado o processo legal, para no futuro obter a cidadania.
Muñoz foi levada sob custódia e Bartell levou quase uma semana para descobrir o seu paradeiro, quando o nome dela apareceu no sistema de detenção do Serviço de Controle de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês). Atualmente, a peruana divide um dormitório com cerca de 80 mulheres e se comunica com o marido por meio de ligações telefônicas que custam 20 centavos por minuto.
"Emocionalmente, estou preocupado com ela. Não deve ser fácil estar presa em uma sala com tantas pessoas. Elas não têm nada lá dentro. É um desperdício", disse Bartell em entrevista ao USA Today.
Segundo Bartell, ele achava que as medidas migratórias anunciadas por Trump afetariam apenas aqueles que haviam entrado ilegalmente no país.
"Qualquer pessoa que não seja residente permanente legal ou cidadã americana está em risco, ponto final", afirmou David Rozas, advogado de imigração que representa Camila Muñoz.
"Eu sabia que eles estavam intensificando a repressão", admitiu Bartell. "Mas acho que não sabia exatamente como isso estava acontecendo. [...] Eles sabem quem ela é e de onde veio. Eles precisam concluir essa verificação e não manter essas pessoas presas. Isso não faz sentido"