Vídeo: "Esse espaço é adoecedor, enlouquecedor e extremamente violento para as mulheres", diz Laina Crisóstomo sobre meio político
Vereadora também informou que fará uma carta de despedida da CMS contando os bastidores dos quatro anos de mandato
Foto: Reprodução/ Ane Catarine Lima
A advogada, militante feminista e co-vereadora de Salvador, Laina Crisóstomo (PSOL), comentou sobre a ausência da ex-deputada federal Aurea Carolina (PSOL) que desistiu da candidatura devido às perseguições sofridas e revelou alguns motivos do seu sumiço desde as eleições de outubro. As falas de Laina Crisóstomo aconteceram durante a última sessão do ano da Câmara dos Vereadores, nesta terça-feira (17), em Salvador.
Laina destacou ainda que uma carta deve ser lida em forma de despedida da CMS, mas fez questão de destacar que a luta dos movimentos sociais continuará.
"A Aurea Carolina, que é uma companheira que foi do PSOL, que foi deputada federal, desistiu da candidatura. Então, a ideia é lançar uma carta de despedida, mas também apresentando todo o trabalho que a mandata fez, e falando sobre todas as violências que a gente sofreu, e as violências que continuam sob judice, para que a gente consiga fazer justiça, inclusive com o vereador, que vai ser empossado no próximo período, que utilizou no período eleitoral a nossa imagem e fez ações extremamente violentas", disse Laina.
"Então, a gente quer lançar uma carta falando sobre esses quatro anos de mandato. Então, a ideia é que a gente possa publicar em alguns veículos de comunicação, divulgando sobre esse processo desses quatro anos, fazendo uma prestação de contas, mas também trazendo um alerta para as mulheres negras que adentram na política, como esse espaço é adoecedor, enlouquecedor e extremamente violento e perverso para as mulheres, mas que a gente precisa seguir ocupando esse espaço", completou a vereadora.
A vereadora também comentou sobre as faltas. "Todas as minhas ausências foram justificadas por eventos", afirmou.
Laina ainda comentou sobre as derrotas das eleições e reafirmou os trabalhos como vereadora e militante. "Eu gosto de dizer que quando a gente perde a eleição a gente não perde a mandata porque esse projeto político ele segue né então, na verdade, a gente volta para casa e graças a orixá, a Deus e a todas as entidades que nos criaram até aqui a gente nunca virou as portas do movimento social então é para onde a gente volta e nesses últimos meses só em derrota eleitoral a gente tem feito isso", relatou.
"Estamos construindo a marcha nacional das mulheres negras que vai acontecer no dia 25 de novembro em Brasília né rumo a um milhão de mulheres ocupando aquele lugar. Estamos fazendo uma luta no enfrentamento à violência contra a mulher, contra a misoginia, contra o feminicídio, fazendo uma luta por direito à cidade", finalizou.
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