Estimulante sexual clandestino pode causar danos à saúde de homens e mulheres
Existem produtos vendidos como estimulantes, mas com princípio ativo do Viagra
Foto: Reprodução/ NSC TV
Considerado uma febre entre os jovens, o estimulante sexual clandestino conhecido como “melzinho do amor” pode ser uma ameaça e prejudicar a vida sexual das pessoas que utilizam.
O produto é anunciado sendo 100 % natural, com a promessa de fazer milagre, no entanto, mesmo que não conste no rótulo da embalagem, já foi comprovado que o produto é contra as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atua no controle sanitário de diversos produtos, tais como medicamentos e alimentos.
Por isso, em maio deste ano, a venda foi proibida pelo órgão em todo o Brasil. Em nota, o órgão disse não saber a composição do produto. Dessa forma, o urologista Frederico Mascarenhas chama atenção sobre a composição desse estimulante. “Não temos como medir a dosagem de citrato de sildenafil presente no composto e a procedência bastante duvidosa do produto nos leva a crer que ele pode trazer graves danos à saúde do consumidor”.
Outro problema seria o risco de redução exagerada da pressão arterial, se combinado com medicamentos para diabetes, pressão arterial alta, colesterol elevado ou doenças cardíacas. “Queda abrupta da pressão e consequentemente efeitos adversos dessa queda, como derrame cerebral, infarto no miocárdio ou até mesmo quedas decorrentes de tonturas ou desmaios, com traumas no crânio, podem ocorrer como consequência do consumo do produto”, explicou o especialista.
O caso é que mesmo com tantas contraindicações, não é difícil encontrar a venda do produtos através de sites e aplicativos. A Anvisa deve divulgar um dossiê com a investigação sobre os componentes do produto para avaliar se o produto é regular e está de acordo com a legislação sanitária vigente. Segundo o órgão, não há um prazo para a conclusão do trabalho.
Além disso, outras duas resoluções foram publicadas pelo órgão no Diário Oficial da União. A primeira proíbe a produção, comercialização, publicidade e compra do "melzinho do amor" da marca Vital Honey; e outra proibindo o produto da marca Power Honey.
Surgimento
As buscas pelo termo “melzinho do amor” no Google tiveram uma alta, principalmente na época da morte de Mc Kevin, que afirmou já ter usado a substância. A substância também é tema de funk, como na música “Gordinho Bololô”, do MC Ryan.
"Lá só tem 'chefuxo' preparado pro 'caô', bem trajado e com melzinho”, diz parte do trecho da música, lançada no dia 12 de março, que já tem mais de duas mil visualizações.