Estudo afirma que filtros Hepa podem eliminar coronavírus do ar
Objetivo foi examinar os efeitos da filtração do ar e da esterilização por luz ultravioleta (UV) no vírus SARS-CoV-2
Foto: Reprodução
Uma publicação feita na plataforma de preprints medRxiv apontou para uma questão relacionada à Covid-19: a capacidade de isolamento respiratório dos hospitais. Com isso, ainda que o uso de equipamentos de proteção individual esteja correto, há diversos relatos de casos de disseminação do vírus da Covid-19 de pacientes para profissionais de saúde.
Conforme o estudo, uma das principais causas desses contágios tem sido as partículas virais no ar.
Desta forma, a pesquisa foi realizada através de um estudo cruzado de dispositivos portáteis de filtração e esterilização do ar em uma enfermaria e uma UTI [Unidade de Terapia Intensiva] utilizadas por pacientes acometidos pela doença. O objetivo principal foi examinar os efeitos da filtração do ar e da esterilização por luz ultravioleta (UV) no vírus SARS-CoV-2 presente no ar e outros bioaerossóis microbianos detectados.
Para testar os filtros, o coautor do estudo, Vilas Navapurkar, e seus colegas instalaram em duas enfermarias totalmente ocupadas, filtros Hepa (High Efficiency Particulate Air) de baixo custo, que tratam o ar através de uma fina malha capaz de capturar partículas extremamente pequenas. Depois, os pesquisadores coletaram amostras de ar durante uma semana em que os Hepas estiveram em funcionamento, e duas semanas após sua remoção.
Após o período teste, a análise revelou a presença de partículas de SARS-CoV-2 no ar quando o filtro estava desligado, mas não quando estava ligado. Contudo, o mesmo não aconteceu na UTI, onde poucas partículas foram encontradas, mesmo com o filtro desligado. Segundo os autores, é uma replicação viral mais lenta em estágios posteriores da doença, o que destaca a preponderância da remoção do vírus em enfermarias.
Conclusão
Os resultados apontaram que filtros de baixo custo são eficientes tanto na proteção contra o SARS-CoV-2 como também para outros patógenos causadores de infecções hospitalares, como Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Streptococcus pyogenes. Com isso, o estudo indicou que as infecções hospitalares podem se espalhar através de aerossóis, um importante assunto ainda pouco explorado.