Estudo aponta que internet pode ajudar no diagnóstico de doenças raras
A carência de profissionais especializados dificultam a consulta tradicional
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A faculdade de Medicina Wake Forest, localizada na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, realizou um estudo a respeito dos benefícios que a internet trouxe para a área médica. Aplicativos e sites especializados auxiliam pacientes durante o tratamento e permitem aos médicos compartilhar informações, facilitando assim a identificação de diagnósticos mais complexos. No caso da suspeita de doenças raras, a ajuda pode ser bastante estratégica. Anthony J. Bleyer é um dos autores do estudo e professor de nefrologia da instituição estadunidense e explica que as doenças raras, especialmente as hereditárias, geralmente não são diagnosticadas corretamente por médicos da atenção básica e até mesmo por especialistas.
O estudo, publicado na revista Genetics in Medicine, Bleyer e sua equipe analisaram 665 encaminhamentos médicos feitos de 1996 a 2017 para o centro de pesquisa da Wake Forest School of Medicine especializado em doença renal tubulointersticial autossômica (ADTKD, em inglês). A condição hereditária faz com que, gradualmente, os rins parem de funcionar.
Dentre os casos analisados, 40% foram feitos por prestadores de cuidados de saúde de centros médicos acadêmicos, 33%, profissionais não acadêmicos e 27% indivíduos ou familiares preocupados que procuraram o centro por meio do site, sem orientação ou assistência de um profissional de saúde.
Após análise dos resultados, 27% testaram positivo (indicando a presença de ADTKD), em 25% dos encaminhados por prestadores não acadêmicos e em 24% dos que entraram em contato diretamente com o centro especializado. Apesar de todo este trabalho, há uma certa limitação na pesquisa haja visto que apenas analisou dados um centro especializado em um único distúrbio raro, conforme os cientistas. Mas eles acreditam que o trabalho destaca a importância da internet como um recurso para pessoas com comprometimentos raros de saúde.