• Home/
  • Notícias/
  • Saúde/
  • Estudo aponta que síndrome de Burnout atinge um a cada três professores infantis
Saúde

Estudo aponta que síndrome de Burnout atinge um a cada três professores infantis

A pesquisa avaliou 397 professores, de vários estados, de colégios públicos e privados

Por Da Redação
Ás

Estudo aponta que síndrome de Burnout atinge um a cada três professores infantis

Foto: Instituto de Psiquiatria Paulista

Um estudo feito na na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que aproximadamente um terço dos professores da educação básica sofrem da síndrome de Burnout. A pesquisa avaliou 397 professores, de vários estados, de colégios públicos e privados e mostrou que entre os fatores que contribuem para a aumentar o estresse no exercício da docência estão os salários defasados, violência nas escolas, e pressão por resultados.

Raphaela Gonçalves, que conduziu o levantamento durante o mestrado em Ciências da Saúde, e atua como professora e tem licenciatura em Biologia e Pedagogia, disse “Professor lida com violência física e verbal na escola, falta de estrutura, sofre pressão da gestão escolar e da exigência dos pais”. Ele também destacou a falta de valorização da classe. “A baixa remuneração exige carga horária cada vez maior para se manter financeiramente, fora o acúmulo de função, tendo um papel de psicólogo, de assistente social e na família” citou.

No estudo, foi distribuído entre professores um formulário online, com três questionários. Um deles era sobre a prevalência de Burnout, com 25 perguntas de quatro dimensões: esgotamento pessoal (exaustão não relacionada a aspectos laborais); Burnout relacionado ao trabalho (exaustão e frustração ligadas ao trabalho); Burnout ligado aos alunos (influência da relação professor-aluno no entusiasmo profissional); Burnout relacionado aos colegas (sentimentos frente à equipe com a qual o profissional lida).

Após perguntas sobre cada variável como por exemplo “sente-se exausto logo pela manhã quando pensa em mais um dia de trabalho?”, o professor assinalava a frequência com que se identificava com a frase. Já o segundo formulário era sobre satisfação no trabalho e continha 66 perguntas. Entre os tópicos estavam: salário, responsabilidades, colegas, condições de trabalho e reconhecimento.  E o outro questionário era sobre dados sociodemográficos. Em 32,75% dos participantes, havia sinais de Burnout.

De acordo com a pesquisa, a prevalência dos sintomas de esgotamento entre homens e mulheres era parecida. “Não teve um mais afetado que o outro. Mas, quando cruzamos os dados, vimos que fatores demográficos e a satisfação no trabalho afetavam esses grupos de maneira distinta”, disse Raphaela.

Segundo o estudo, maiores salários conferem diminuição das chances de esgotamento pessoal entre homens. Já para mulheres, quanto maior o salário, maior o risco de esgotamento.

Um outro ponto que chamou a atenção foi a maior satisfação entre professores da rede pública. “Pode ter a ver com o fato de que professores da rede pública entendem sua função como propósito, meio de mudança. É um pouco diferente do professor na rede particular, que tem cobrança muito maior. Os pais, como pagam pelo ensino, estão muito mais presentes e exigem mais.” citou Raphaela.

De acordo com a neuropsicóloga Carolina Garcia, que estuda a saúde mental na docência, entre os sintomas do Burnout estão o desejo de se afastar do trabalho, pensamentos negativos sobre sua atuação e mudança no comportamento alimentar e do sono. O tratamento deve ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico e, em muitas situações, é necessário afastamento do trabalho, no mínimo, por seis meses. “É difícil se recuperar no mesmo ambiente que a gente acabou adoecendo”, afirma ela.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.