Estudo aponta que trabalhadores das praias de Salvador ganham diária média de R$ 70 em meio à violência e longas jornadas
Dados são do grupo de pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA)
Foto: Reprodução/Manu Dias/GOVBA
Trabalhadores das praias de Salvador enfrentam rotinas de violência, longas jornadas, falta de infraestrutura e informalidades, para ganharem R$ 70 por dia, de acordo com dados divulgados pelo grupo de pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA).
Em média, esses trabalhadores passam cerca de 10 horas por dia em um sol de 32 graus. Chegar cedo torna-se uma necessidade para essas pessoas, que precisam conquistar um bom espaço na areia para conseguir melhores vendas. A pesquisa também apontou que 40% desses trabalhadores já sofreram violência ou ameaça durante o trabalho.
Os trabalhadores também realizam as atividades em situações precárias, necessitando fazer as necessidades fisiológicas em comércios nas redondezas ou em banheiros químicos. Em casos mais extremos, esses trabalhadores precisam fazer as necessidades em sacos plásticos ou no próprio mar.
A pesquisa também relatou que cerca de 40% dos trabalhadores relataram acidentes como cortes e perfurações. Apesar da rotina desgastante e com os devidos riscos, esses trabalhadores ganham, em média, R$ 70 por dia.
Sete em cada dez trabalhadores das praias não possuem vínculo empregatício formal ou contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo apontado pelo estudo. Por conta da falta de vínculo, essas pessoas não têm direito a aposentadoria, seguro em caso de acidentes e quaisquer outra proteção social.