Estudo global mostra que pandemia afeta mais pequenas empresas no Brasil
Apenas 18% das que fecharam estimam recontratar na reabertura
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Um estudo realizado pelo Facebook, em parceria com o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que o efeito da Covid-19 para as pequenas e médias empresas (PMEs) globalmente sugere que a crise no mercado de trabalho poderá ser duradoura. Com a pandemia, mais de um quarto (26%) desses negócios que operava em janeiro fechou em maio. Entre eles, apenas 36% estimam que vão recontratar os mesmos trabalhadores ao reabrirem. No Brasil, essa taxa cai a 18%. Dentre as PMEs que seguiram em atividade, um terço fez demissões.
Segundo a pesquisa, empresas de atividades focadas no consumidor foram as mais atingidas. Mais da metade das agências de viagens e 47% dos negócios de hospitalidade e eventos relataram ter fechado.
O estudo indica ainda, que o novo coronavírus expôs o efeito da disparidade de gênero nesse segmento. Os negócios liderados por mulheres se mostraram 7 pontos percentuais mais propensos a baixar as portas na pandemia.
Na América Latina, 40% das PMEs com gestão feminina tinham fechado em maio, ante 29% das lideradas por homens, uma diferença de 11 pontos percentuais. No Brasil, essa lacuna está acima da média para a região: 18 pontos percentuais. O país com maior disparidade nessa sentido é a Rússia, com 26p.p.
O estudo diz que apesar dos desafios, 74% dos negócios que estava fechados no fim de maio esperavam reabrir assim que as restrições locais fossem interrompidas. A retomada, contudo, se mostra incerta e muitas empresas vão demandar apoio para voltar a operar.
Quase um quarto das PMEs disse que estava recebendo auxílio em razão da pandemia, 60% delas do governo, tanto em crédito quanto em benefícios. No Brasil, cerca de 30% dos negócios disseram que já estão recebendo algum tipo de assistência financeira, 75% em benefícios ou empréstimos vindos do poder público.
Entre as principais demandas das empresas para superar as dificuldades de caixa neste momento estão suplementação salarial (32%), diferimento de impostos (32%) e acesso a crédito (29%).
Ao todo, foram ouvidos mais de 30 mil empreendedores com página empresarial ativa na rede social em mais de 50 países.