Coronavírus

Estudo revela que mais da metade dos sonhos ruins está relacionada ao novo coronavírus

Os pesquisadores analisaram o conteúdo dos sonhos de 800 pessoas

Por Da Redação
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Estudo revela que mais da metade dos sonhos ruins está relacionada ao novo coronavírus

Foto: Reprodução

Um estudo publicado na quinta-feira (1º), na Frontiers in Psychology, revela que mais da metade dos sonhos ruins está relacionada ao novo coronavírus. Este é mais um sintoma descoberto da Covid-19. Uma pesquisa recente, aliás, apontou um outro sintoma que é mais comum do que a tosse e a febre. Pesquisadores também estão atrás de maneiras mais eficientes para combater o vírus, como com o uso de vitaminas naturais.

De acordo com os cientistas, imagens e associações de ideias similares estão presentes em vários dos sonhos estudados, revelando uma espécie de “inconsciente coletivo” da pandemia. Cientistas brasileiros que também estudam o efeito da covid-19 nos sonhos confirmam a mudança na temática dos pesadelos durante a quarentena. Neste novo estudo, pesquisadores analisaram o conteúdo dos sonhos de 800 pessoas. Mais da metade dos pesadelos relatados tinha relação com a doença ou o isolamento.

Os pesquisadores informam que curiosamente são dois dos temas mais frequentes constatados entre os finlandeses. Os cientistas transcreveram o conteúdo dos sonhos, selecionando as palavras mais frequentes em cada um deles, alimentando um algoritmo que selecionou as associações mais frequentes. A inteligência artificial as dividiu em 33 grupos temáticos. Vinte deles foram classificados como pesadelos dos quais 55% estavam relacionados à pandemia.

Segundo a pesquisa, os temas mais recorrentes estão falhas no distanciamento social, ausência de equipamentos de proteção, contágio e situações apocalípticas. No grupo de falhas no distanciamento social, por exemplo, estavam os sonhos em que as pessoas se abraçavam ou apareciam em meio a grandes aglomerações, sem manter a distância adequada. “Nossos sonhos são influenciados por nosso subconsciente, revelam nossos desejos e medos mais profundos”, constatou Julie Weingartner.

O estudo também ofereceu alguns dados sobre os padrões do sono e os níveis de estresse dos entrevistados durante o lockdown. Por exemplo, mais da metade dos voluntários revelou estar dormindo mais durante a quarentena, embora 10% tenham mais dificuldade de pegar no sono. Mais de um quarto dos pesquisados revelou ter pesadelos com mais frequência.

Mais da metade dos entrevistados reportou um aumento nos níveis de estresse – o que está diretamente relacionado à ocorrência de pesadelos. Os mais estressados foram os que mais relataram pesadelos com a pandemia. Por causa disso, a pesquisa oferece informações valiosas para os especialistas que estão tentando avaliar o impacto da pandemia na saúde mental da população. 

A cientista finlandesa afirma que pesadelos recorrentes e intensos podem estar relacionados ao estresse pós-traumático. “O conteúdo dos sonhos não é totalmente aleatório e pode ser importante para a compreensão das experiências de estresse, trauma e ansiedade”, disse Pesonen.

No Brasil, um estudo da UFRN, pré-aprovado para publicação na MedRxiv em maio, acompanhou 42 pessoas durante o primeiro mês de isolamento, reunindo relatos de sonhos. O resultado revelou similaridades no conteúdo semântico e emocional. A proporção de palavras relacionadas à raiva e à tristeza foi bem mais alta nos sonhos pandêmicos. Bem como a presença de termos como “contaminação” e “desinfecção”.

A tendência de os pesadelos apresentarem conteúdos semelhantes já havia sido constatada em períodos extremos, como nas semanas que se seguiram aos atentados de 11 de setembro e durante a 2.ª Guerra Mundial.
 

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