Estudo revela que sobreviventes de Covid-19 no Início da pandemia continuam em maior risco de problemas de saúde
Conhecida como "Covid longa", inclui questões cardíacas, coágulos sanguíneos, diabetes, complicações neurológicas, fadiga e problemas de saúde mental

Foto: Reprodução/Breno Esaki/Agência Saúde DF
Um novo estudo revela que as pessoas que sobreviveram à Covid-19 no início da pandemia, antes da disponibilidade das vacinas, continuam em maior risco de uma série de problemas de saúde por até dois anos após a recuperação, especialmente se tiverem sido hospitalizadas. Esses problemas de saúde, conhecidos como Covid longa, incluem questões cardíacas, coágulos sanguíneos, diabetes, complicações neurológicas, fadiga e problemas de saúde mental.
O estudo, publicado na revista Nature Medicine, analisou registros médicos de quase 140 mil veteranos que sobreviveram à Covid-19 em 2020 e comparou seus resultados com pacientes que não foram infectados. Os resultados mostraram que a Covid longa gerou mais de 80 anos de vida ajustada por incapacidade (DALYs) para cada mil pessoas que não foram hospitalizadas por uma infecção inicial.
Os DALYs são uma métrica que representa um ano de vida saudável perdido devido a uma doença. Comparativamente, a Covid longa resulta em uma carga maior de incapacidade de doenças cardíacas ou de câncer, que causam cerca de 52 e 50 DALYs para cada mil pessoas, respectivamente.
O estudo ressalta a importância de levar as infecções a graves, mesmo quando parecem leves, pois podem levar a doenças crônicas e problemas de saúde a longo prazo. No entanto, o estudo tem algumas limitações, incluindo a idade e o gênero dos participantes, que eram predominantemente homens mais velhos. É importante observar que o estudo foi realizado antes do desenvolvimento de vacinas e tratamentos direcionados à Covid-19, e a vacinação e o tratamento precoce podem ajudar a reduzir o risco prolongado da doença.
Além disso, o estudo se baseou em resultados de testes positivos para Covid-19, e muitas infecções podem não ter sido registradas nos registros médicos devido à falta de testagem no início da pandemia. Portanto, os resultados podem subestimar os verdadeiros riscos enfrentados pelas pessoas após a infecção. No entanto, o estudo destaca a necessidade de monitorizar de perto os sobreviventes da Covid-19 e compreender os riscos a longo prazo associados à doença.