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Estudo sugere que exercício físico pode ser aliado de bons níveis de vitamina D no inverno

Segundo a publicação, quem se exercitou no inverno apresentou uma queda de aproximadamente 15% da quantidade de vitamina em comparação com 25% daqueles que não se exercitam

Por FolhaPress
Ás

Estudo sugere que exercício físico pode ser aliado de bons níveis de vitamina D no inverno

Foto: Geert Pieters/Unsplash

Uma pesquisa publicada na revista científica Advanced Science de maio deste ano apontou que a prática regular de atividade física de intensidade moderada pode ajudar a manter bons níveis de vitamina D em períodos com menor exposição solar, como o inverno.

O estudo, realizado no Reino Unido, acompanhou pessoas com sobrepeso e obesidade que completaram um programa de exercícios em ambientes fechados durante dez semanas do inverno local. Os participantes das atividades apresentaram menores quedas nos níveis de vitamina D, mesmo que sem perda de peso, quando comparados aqueles que não praticaram exercício nenhum.

Segundo a publicação, quem se exercitou no inverno apresentou uma queda de aproximadamente 15% da quantidade de vitamina em comparação com 25% daqueles que não se exercitam. O estudo ainda afirma que o peso dos participantes foi mantido, o que, para os pesquisadores, mostra que não atrela o peso com níveis saudáveis e recomendados de vitamina D.

Pessoas com sobrepeso e obesidade têm uma maior tendência a apresentarem baixa em vitamina D sistêmica, diz Marise Lazaretti, médica endocrinologista e diretora científica da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). De acordo com ela, uma das hipóteses que justifica a baixa nesses indivíduos é a forma como a vitamina é depositada no tecido adiposo.

"É como se esse nutriente fosse sequestrado pelo tecido adiposo. Então sabemos que pacientes com sobrepeso e obesidade apresentam esse fator de risco para a deficiência de vitamina D", completa Lazaretti, que não participou do estudo.

O estudo foi realizado com 50 participantes entre outubro e abril, período que compreende as estações de outono e inverno — e dois meses de primavera — no Reino Unido. Os participantes foram orientados a evitar o consumo de suplementos para vitamina D.

Os avaliados participaram de um programa de exercício de quatro sessões de atividades por semana com duas caminhadas na esteira, um passeio de bicicleta mais longo e uma sessão de ciclismo intervalada em alta intensidade.

Desenvolvida por pesquisadores das universidades de Bath, Birmingham e Cambridge, na pesquisa, os exercícios ajudaram a manter a forma ativa da vitamina D no corpo. O levantamento ainda pontuou que estudos anteriores até sugerem que só a suplementação do ativo não é o suficiente para manter essa forma ativa.

Para Lazaretti, a vitamina D que produzimos na pele não é ativa, ela precisa ser transformada para chegar nesse nível e produzir algum efeito. "E o estudo observa exatamente isso, que com o exercício físico aumentam também os níveis dessa vitamina ativa no sangue, também conhecido como calcitriol [metabólito ativo da vitamina D]", diz.

Principal autor do estudo e membro do Centro de Nutrição, Exercício e Metabolismo do Departamento de Saúde da Universidade Bath, Oly Perkin diz que esta é uma das primeiras pesquisas a mostrar que o exercício por si só pode ajudar a proteger contra a queda de vitamina D em períodos com menos exposição solar, como o inverno. "E nos mostra que ainda temos muito a aprender sobre como atividade física pode beneficiar nossa saúde", completa o pesquisador.

Apesar de pequeno, o trabalho se mostra promissor na conduta de melhora dos níveis de vitamina D e na relação do exercício físico com o metabolismo da vitamina, segundo Lazaretti.

Em casos de deficiência da vitamina, os sintomas costumam ser inespecíficos. No entanto, quando a falta do ativo é mais grave, é comum que o paciente sinta fraqueza muscular e nos ossos — que ficam menos calcificados, afirma a especialista.

"É importante lembrar que esse quadro ocorre quando a deficiência persiste por muitos meses e até anos. Por si só, essa baixa em vitamina D pode atrapalhar o metabolismo de maneira geral", explica Lazaretti. Segundo ela, alguns trabalhos até relacionam esse quadro mais grave ao aumento do risco para desenvolvimento de diabetes, infecções e até câncer.

Vitamina D é um nome genérico para hormônios secosteróides que auxiliam a saúde óssea e diversos processos fisiológicos, como função imunológica, metabólica e função muscular. A produção desse ativo tem sazonalidade porque apresenta níveis melhores quando a exposição ao sol é feita de maneira específica.

De acordo com Lazaretti, especificamente o sol do verão é mais eficiente na produção dessa vitamina porque chega à superfície terrestre de uma forma perpendicular e eficaz para essa produção. Para ela, diferente de países próximos à extremidades, no Brasil e em locais próximos à linha do Equador, é possível produzir vitamina D mesmo em períodos mais frios.

"Pessoas que vivem em países com latitudes mais extremas [como o continente Europeu] não produzem nada de vitamina D, mesmo que no inverno, porque só o Sol não é eficiente", completa a especialista em metabologia.

 

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