"Eu gostaria de sair candidato", afirma Eduardo Bolsonaro sobre eleição presidencial

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, nesta sexta-feira (29), que considera disputar a Presidência da República caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não possa concorrer. O parlamentar está nos Estados Unidos e mencionou a possibilidade de realizar uma "campanha virtual".

Em entrevista ao portal Metrópoles, ele também não descartou deixar o Partido Liberal caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se filie à legenda. Tarcísio é cotado como possível candidato à Presidência e herdeiro do espólio eleitoral de Jair Bolsonaro, inelegível até 2030.

"Se o meu pai não puder se candidatar, eu gostaria de sair candidato. Se o Tarcísio vier para o PL, eu não terei espaço. Estou no meu terceiro mandato, sei como a banda toca. Eu teria que ir para outro partido", disse o deputado.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro. Em março, pediu licença do mandato por 120 dias. Desde 21 de julho, após o fim da licença, voltou a exercer oficialmente o cargo, mas não retornou ao Brasil. 

"Qualquer pessoa que esteja apta, com seus direitos políticos, consegue concorrer. Isso é o que basta. Como seria feita a campanha são outros quinhentos. Talvez a primeira campanha virtual da história do país, mas acredito que até lá tenhamos aprovado uma anistia", declarou.

Na quinta-feira (28), ele enviou ofício à Câmara solicitando autorização para exercer o mandato remotamente. Segundo o deputado, o impedimento se deve a uma suposta perseguição política. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir sobre a solicitação.

"Seria ideal pressionar Hugo Motta para que haja uma solução. A solução tecnológica já existe. Consigo exercer o mandato à distância e participar das comissões", afirmou.

Inquérito no STF

No Supremo Tribunal Federal, Eduardo Bolsonaro é alvo de inquérito que apura possível crime contra a soberania nacional, por articular ações contra o Judiciário e apoiar sanções contra o país. Segundo ele, a proposta apresentada ao presidente Donald Trump visava sanções individuais contra o ministro Alexandre de Moraes. Desde 6 de agosto, os Estados Unidos aplicaram sobretaxa de 50% a produtos brasileiros.

"Trump optou por aplicar tarifas. Confio no presidente e ele entendeu que existia aparato financeiro dando suporte ao regime, então começou as pressões por ali", declarou.

Em 15 de agosto, o presidente da Câmara encaminhou quatro representações ao Conselho de Ética contra Eduardo Bolsonaro. Três foram apresentadas pelo PT e uma pelo PSOL, solicitando investigação e possível punição, incluindo cassação do mandato, por suposta conspiração contra o Judiciário e apoio a sanções externas.