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"Eu não tinha intenção nenhuma de atingir o Anderson, o plano era matar a Marielle", confessa Lessa no STF

Dois terrenos de 25 mil reais foram prometidos em troca da prática do crime

Por Da Redação
Ás

Atualizado
"Eu não tinha intenção nenhuma de atingir o Anderson, o plano era matar a Marielle", confessa Lessa no STF

Foto: Renan Olaz/ Câmara Municipal do Rio

Ronnie Lessa, ex-policial responsável por matar Marielle Franco e Anderson Gomes, assumiu nesta quinta-feira que a intenção era atingir apenas a vereadora do PSOL, mas usou a munição errada e atingiu o motorista também. O atentado ocorreu em 14 de março de 2018, com dois mortos e uma sobrevivente, a assessora Fernanda Chaves.   

"Eu não tinha intenção nenhuma de atingir o Anderson. O plano era matar a Marielle. O Anderson morreu atingido pelos disparos que dei na vereadora. Eu estava empregando munição errada", afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal. Esse é o terceiro dia de depoimentos. 

A confissão ocorreu durante perguntas do advogado que representa Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e o irmão e deputado federal Chiquinho Brazão. Ambos respondem processo por serem os supostos mandantes do crime. 

Ronnie contou que, antes da delação premiada, fazia anotações em códigos. Os nomes dos envolvidos eram identificados por pontos e ao lado o papel no atentado. Ele afirmou ter medo de o papel ser recolhido pelos agentes da polícia. 

"A revista era diária na cela. Tinha medo de que alguém pegasse e desviasse. Colocava em pontos o número de letras dos personagens. Tanto que, quando fui fazer a delação, eu pedi um tempo, antes de falar, para preencher os nomes das pessoas", contou Lessa.

Ronnie começou a depor no STF nesta terça-feira (27). No primeiro dia, ele afirmou que a motivação do crime foi a recompensa que seria paga em dois terrenos avaliados em 25 milhões. No segundo dia, Lessa falou sobre a suposta corrupção da Delegacia de Homicídios quando estava coordenada pelo delegado Rivaldo Barbosa. Segundo o ex-policial, todos os casos se resolviam com propina. 

No entanto, a defesa do delegado acusa Ronnie Lessa de proteger alguém. Os argumentos são que Lessa nunca testemunhou atos de corrupção de Rivaldo e, quando precisa nominar pessoas envolvidas, cita testemunhas mortas. 

Também respondem no processo Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, acusados de serem os mandantes do crime. Rivaldo Barbosa, acusado de saber do crime antes da execução. O major Ronald Paulo Alves Pereira por monitorar os passos de Marielle. Assessor de Domingos Brazão, Robsol Calixto Fonseca, por sumir com a arma do crime.

O próximo depoimento será de Élcio Queiroz, após ter feito o acordo de delação premiada. O ex-policial foi motorista do carro usado no atentado.

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