EUA suspendem comércio com Mianmar após violência em protestos
Medida 'permanecerá até o retorno do governo eleito democraticamente'
Foto: Reuters
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (29), a suspensão de todo o engajamento comercial com Mianmar após um final de semana de violência contra manifestantes a favor da democracia. A suspensão “permanecerá em vigor até o retorno do governo eleito democraticamente”, afirma uma nota emitida pelo escritório da representante do Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai.
Mais de 100 civis, incluindo crianças, foram mortos por oficiais do exército em protestos contra o golpe militar em todo o país durante o último sábado (27), gerando condenação internacional. Joe Biden caracterizou a violência como “terrível” e “absolutamente ultrajante''. “Baseado nos relatórios que recebi, uma quantidade enorme de pessoas foram assassinadas sem nenhuma necessidade”, disse Biden.
À jornalistas, Biden disse ainda que os EUA estão trabalhando para responder às atrocidades registradas. A suspensão dos negócios anunciada na segunda (29), começa a vigorar “imediatamente”.
“Os Estados Unidos apoiam o povo da Birmânia em seus esforços para restaurar o governo democraticamente eleito, que é a base da reforma e crescimento econômico do país”, disse Tai em nota, usando um nome alternativo para Mianmar, Birmânia.
“Os Estados Unidos condenam fortemente as forças de segurança birmanesas pela violência exercida contra os civis. O assassinato de manifestantes pacíficos, estudantes, trabalhadores, líderes sindicais, médicos e crianças chocou os escrúpulos da comunidade internacional. Essas ações são um golpe direto na transição do país para a democracia e nos esforços do povo birmanês para atingir um futuro próspero e pacífico”, completou.
A União Nacional Karen (KNU), grupo étinico armado que controla a região sudeste de Mianmar, disse, em entrevista à CNN, que mais ataques aéreos foram coordenados pelo governo militar de Mianmar no último domingo (28), após jatos militares terem assassinado pelo menos dois membros da milícia KNU no sábado (27), em um bombardeio próximo à fronteira da Tailândia, e muitos civis fugiram cruzando a borda.