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Ex-alunas de professor afastado na USP relatam episódios de assédio que sofreram

Relatos foram sofridos entre os anos de 2021 e 2024, enquanto eram alunas

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Ex-alunas de professor afastado na USP relatam episódios de assédio que sofreram

Foto: Jefferson Severiano Neves/EPTV

Duas ex-alunas do professor José Maurício Rosolen, afastado das atividades no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP), relataram diferentes episódios de assédio que sofreram entre 2021 e 2024, enquanto eram alunas dele.

As mulheres preferiram não se identificar, mas revelaram que passaram por contatos físicos inapropriados, convites inconvenientes, além de episódios de assédio moral após a negativa por parte delas.

"Logo na primeira semana já começaram umas coisas muito esquisitas, alguns comportamentos inadequados. Ele me chamando para fazer ginástica com ele na USP, me cobrando para ir com roupa de ginástica", diz uma das vítimas ao g1.

A ex-aluna lembra também do dia em que o professor a convidou para uma viagem para Grécia, para visitar um fornecedor do estudo que eles trabalhavam na época. O docente informou que apenas os primeiros dois dias seriam de trabalho e depois eles poderiam passear.

"Nessa época, minha bolsa [de estudo] ainda não tinha caído e daí ele falou 'eu sei que você ainda não tem bolsa, eu consigo pagar sua passagem com o dinheiro do meu projeto, mas eu não tenho dinheiro para pagar diária pra você. Mas não tem problema, porque a minha diária como professor é muito boa, eu pego um quarto de hotel e a gente divide, eu sou solteiro, você é solteira, não vejo problema nenhum'."

A outra ex-aluna comentou sobre situações que passou enquanto convivia com o professor. "Eu trabalhei em 2021 e 2022. Ele gostava muito de tocar em lugares que não precisava tocar, passar por você e tocar em você, ele gostava de tocar na cintura, gostava de uma aproximação maior", aponta ao g1.

"A gente tinha um acordo tácito, de não deixar mulheres sozinhas com ele no laboratório. Teve uma vez que estavam só eu e um outro rapaz, também pós-doc, e o Rosolen pediu para ele buscar alguma coisa, só que não explicou direito o local e eu acabei ficando com ele uns 15 minutos. Quando esse pós-doc voltou, ele [o professor] estava quase no meu colo", destaca. 

Um processo administrativo disciplinar foi instaurado em setembro de 2024 e determinou o afastamento por 180 dias. 

Uma lista com ao menos 16 mulheres que passaram por assédio foi enviada para a comissão responsável pelo processo administrativo disciplinar. 

A Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) informou que não existe investigação contra Rosolen por parte da Polícia Civil.

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