Ex-comandante do Exército sofre rejeição entre militares depois de rejeitar golpe
Relatório da PF aponta Freire Gomes como determinante para que o plano não fosse consumado
Foto: Reprodução/FabioRodriguesPozzebom/AgênciaBrasil
Freire Gomes, ex-comandante do Exército, apontado pela Polícia Federal como um dos principais responsáveis por evitar um golpe de Estado, ainda sofre rejeição por parte dos militares, especialmente daqueles que integram a reserva. Freire tem optado por uma postura discreta e evitando agendas inclusive no meio militar.
Segundo a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, a indignação com o ex-comandante ainda é externada no meio militar, por aqueles que defendiam que o Exército tinha que ter abraçado o golpe planejado por integrante do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo ele mesmo. Como apontou o relatório da PF, Freire Gomes foi determinante para que o plano não fosse consumado.
No início das investigações, Freire Gomes era tratado como suspeito pela PF, e apontado como alguém que poderia ter omitido o conhecimento sobre a trama. Investigadores relataram à coluna que essa linha de apuração foi excluída depois do depoimento do ex-comandante, neste ano - o militar detalhou a reunião na qual os chefes das Forças Armadas estiveram com Bolsonaro após a derrota para Lula, onde foi apresentada uma minuta golpista pelo então presidente.
“A consumação do golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu, apesar da continuidade dos atos para conclusão da ruptura institucional, por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República, Jair Bolsonaro, no caso, a posição inequívoca, dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, General Freire Gomes e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Almeida Baptista Junior, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fieis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas”, diz trecho do documento da PF.