Ex-nora de Lula é alvo em operação sobre fraudes em licitações
Investigações indicam que Carla Ariane Trindade facilitou a liberação de verbas do Ministério da Educação

Foto: Reprodução/Estadão
A ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Carla Ariane Trindade, foi alvo de 12 mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF), na quarta-feira (12). A mulher é investigada pela Operação Coffee Break, que apura suspeitas de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos.
Na ação, autorizada pela 1ª Vara Federal de Campinas, são investigados indícios de que Carla teria agido para facilitar a liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) para a Life Tecnologia Educacional. Em decisão judicial, foi determinada a apreensão dos passaportes dos investigados.
Segundo as investigações, a empresa recebeu cerca de R$ 70 milhões em contratos para o fornecimento de kits e livros escolares a prefeituras do interior paulista, conforme o Estadão. O valor, de acordo com a PF, estava superfaturado e era desviado para empresas de fachada.
As apurações ainda indicam que o dono da Life, André Mariano, contratou Carla Ariane e Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luiz Lula da Silva, para obter vantagens junto ao governo federal. No material apreendido pela PF, o nome de Carla aparece nas anotações de Mariano acompanhado da palavra "Nora".
Relação dos envolvidos
Carla foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Enquanto Kalil é irmão de Fernando Bittar, um dos proprietários do sítio de Atibaia, alvo de investigação na Operação Lava Jato, e foi sócio de Fábio Luiz na Gamecorp.
Segundo a PF, Mariano pagava uma "mesada" a Kalil em troca da defesa dos interesses junto ao governo após a eleição de Lula, em 2022. A suspeita é baseada em anotações, conversas extraídas de celular e quebra de sigilo bancária.


