Ex-presidente da Pfizer no Brasil será ouvido na CPI da Covid nesta quinta-feira (13)

Será ouvido nesta quinta-feira (13) o ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo na CPI do Senado, que investiga possíveis omissões do governo Jair Bolsonaro e desvio de verbas federais por estados e municípios no enfrentamento à pandemia de covid-19. Atualmente Murillo ocupa o cargo de CEO do laboratório na América Latina.

O depoente era o chefe da representação brasileira quando começaram as negociações com o governo para a compra de vacinas contra o novo coronavírus. Ele poderá dar mais informações sobre dados já trazidos pelo ex-secretário Especial de Comunicação Social Fabio Wajngarten na quarta-feira (12), confirmando envio de carta pela Pfizer em 12 de setembro à cúpula do governo brasileiro. A empresa teria ficado dois meses sem resposta.

A Pfizer já afirmou que tinha oferecido em agosto 70 milhões de doses, que seriam entregues em pequenas quantidades a partir de dezembro de 2020. Como a negociação foi adiada, a aquisição ocorreu apenas em março deste ano, após o registro do produto pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As vacinas começaram a chegar no final de abril. O governo alegou que a proposta tinha cláusulas abusivas e que faltava segurança jurídica para a assinatura.

Além de ouvir Murillo, a CPI poderá aprovar novos requerimentos. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, solicita ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello o resultado de exame para detecção do novo coronavírus. Pazuello não compareceu à CPI na semana passada alegando ter tido contato com pessoas que testaram positivo para doença.

Também podem ser aprovados pedidos de informações à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e ao Ministério das Relações Exteriores sobre declarações do presidente Jair Bolsonaro nas quais afirma que existe a possibilidade de estar em curso uma guerra química, referindo-se indiretamente à China.

A CPI da Covid já ouviu o ex-ministro Nelso Teich e o atual titular da Saúde, Marcelo Queiroga, na semana passada. Na última terça-feira, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, prestou depoimento.