Exame caseiro de Papanicolau para prevenir câncer no útero é autorizado nos EUA; confira funcionamento
Para fazer o autoexame, as pacientes devem solicitar o exame online e passar por uma consulta de telemedicina, até finalmente receber o material

Foto: Divulgação
A "Food and Drug Administration" (FDA), agência estadunidense que regula alimentos e medicamentos no país, anunciou, nesta sexta-feira (16), a aprovação ao dispositivo de uma empresa que permite que mulheres façam o autoexame, em casa, para detectar lesões precoces no colo do útero, e prevenir um possível câncer.
Com a nova medida adotada pela agência, o exame, que só poderia ser feito com um ginecologista, em clínicas com o Papanicolau, exame em que um tubo é inserido na região íntima, agora poderá ser realizada na própria residente da paciente, que conduzirá todo o procedimento.
No exame realizado em clínica, o profissional de saúde introduz um espéculo até o colo do útero da paciente, onde é feita a raspagem de algumas células. O novo método consiste em uma tecnologia da empresa Teal Health, onde a própria mulher utiliza um aparelho com esponja na ponta, e um cotonete, que é passada na região para fazer a coleta, e depois, envia a amostra genética pelo correio.
Para fazer o autoexame, as pacientes devem solicitar o exame online e passar por uma consulta de telemedicina, até finalmente receber o material. Caso o resultado do exame aponte alguma alteração, a paciente deve ser encaminhada para uma consulta presencial.
A expectativa do governo estadunidense é de aumentar o índice de prevenção ao câncer no útero, após coletar dados de que a maioria das mulheres prefere o autoexame realizado em casa. Nos Estados Unidos, cerca de 13 mil mulheres são diagnosticadas com a doença por ano, e a taxa de mortalidade é de 30%.
Exame no Brasil
No Brasil, um novo método deve substituir o exame Papanicolau, a partir deste mês de maio. O teste molecular RT-PCT tem 97% de sensibilidade, permite maior intervalo entre coletas, de três para cinco anos, e poderá ser adotado em toda a Atenção Primária à Saúde até 2026.
O kit utilizado, desenvolvido no Brasil pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), já foi aprovado pela Anvisa e é capaz de identificar 14 subtipos de HPV de alto risco.
O RT-PCR é capaz de identificar a presença do vírus antes do surgimento de lesões, aumentando a chance de diagnóstico precoce, diferentemente do Papanicolau, que só detecta células já alteradas.
Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de útero é o terceiro tipo mais comum entre mulheres. A estimativa é de que cerca de 17 mil casos sejam registrados por ano no país.