Saúde

Exame de sangue detecta transtorno bipolar, mostra pesquisa

Com uma mostra de sangue seco, cientistas britânicos conseguem diferenciar, com precisão e rapidez, pessoas com bipolaridade daquelas que têm depressão

Por Da Redação
Ás

Exame de sangue detecta transtorno bipolar, mostra pesquisa

Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Um novo método mais eficaz de diagnosticar o transtorno bipolar foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido: analisar biomarcadores associados à doença no exame de sangue. Os resultados foram relatados no científico Jama Psychiatry.

Segundo o estudo, aproximadamente 1% da população mundial, o que equivale a 80 milhões de pessoas, é afetada pelo transtorno bipolar. No entanto, quase 40% dos pacientes recebem um diagnóstico incorreto de transtorno depressivo maior, que requer um tratamento diferente, apesar de compartilhar alguns sintomas semelhantes.

“Pessoas com transtorno bipolar passarão por períodos de baixo humor e períodos de muito bom humor ou mania”, afirmou o autor, Jakub Tomasik. “Mas os pacientes muitas vezes só consultam um médico quando estão de mau humor, e é por isso que o transtorno bipolar é frequentemente diagnosticado erroneamente como transtorno depressivo maior.”

Com o intuito de distinguir os problemas causados pelos distúrbios, os pesquisadores optaram por combinar uma avaliação psiquiátrica online com um exame de sangue. Eles afirmam que o exame pode diagnosticar até 30% dos pacientes, mas é mais eficaz quando realizado em conjunto com a avaliação psiquiátrica.

Participaram mail de 3.000 voluntários, que responderam a mais de 600 perguntas da avaliação online — que incluía episódios depressivos passados ou atuais, ansiedade generalizada, sintomas de mania, histórico familiar ou abuso de substâncias.

Dos participantes, foi selecionado um grupo de mil pessoas para fornecer uma amostra de sangue seco, obtida através de uma picada no dedo. Os pesquisadores analisaram 600 componentes biológicos presentes no sangue.

Os pesquisadores observaram que a combinação dos relatos dos pacientes com o teste de biomarcadores aumentou a precisão dos diagnósticos, especialmente em casos em que o transtorno não era óbvio. Além do diagnóstico, a identificação dos biomarcadores também permite a seleção de medicamentos e tratamentos mais adequados.

“Descobrimos que alguns pacientes preferiram o teste do biomarcador porque era um resultado objetivo, que eles podiam ver. A doença mental tem uma base biológica, e é importante que os pacientes saibam que não está na sua mente. É uma doença que afeta o corpo como qualquer outra”, finaliza Tomasik.

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