Exclusivo: Médico baiano é um dos primeiros a tomar a vacina contra Covid-19 nos EUA
O Farol da Bahia conversou com Bruno Politano, que mora nos Estados Unidos há 20 anos
Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução
Um baiano de Salvador será uma das primeiras pessoas a tomar a vacina contra a Covid-19 no estado de Oklahoma, nos Estados Unidos. O nurse practitioner - na tradução literal, um enfermeiro com curso avançado com autorização para realizar atendimentos iguais aos dos médicos, Bruno Politano realiza nesta quarta-feira (16) o que muitos em todo o mundo mais quer: ficar imune ao coronavírus. Trabalhando em um hospital que atende pacientes com coronavírus na cidade de Oklahoma City, Bruno disse, em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, que quer ser um exemplo para brasileiros e estadunidenses. "Eu quero contribuir para todos. Eu quero que as pessoas entendam que trabalho na UTI e vejo a realidade todos os dias. Não quero que familiares e amigos passem pelo que eu vejo no meu trabalho".
O baiano vive a realidade da pandemia desde o início, no mês de março. De lá para cá, a situação na cidade tem piorado. Ele conta que nas últimas duas semanas intubou mais pacientes do que em todo o período que o vírus começou a agravar a situação. Bruno vai tomar a vacina produzida pela Pfizer. O baiano confia na eficácia do imunizante. "Muito positiva (a confiança). Uma das razões é que nós temos que entender que as tecnologias estão avançadas como celular, brigada militar e tantas outras coisas. O fato dela (a vacina) ter sido feita mais rápido, não quer dizer que não é segura" analisa e completa: "a eficácia é muito alta, se pensar que 70% das população tomasse, teria uma grande possibilidade de controlar o vírus. Mas enquanto tiverem pessoas contra a vacina, o problema pode demorar a passar", alerta.
Bruno é casado com a também baiana da cidade de Wagner, na Chapada Diamantina, Anna Politano. Pais de dois filhos, Samuel, 13, e Júlia, 10, ele lamenta não ter vacina para toda a família. "Vão começar pelos grupos de risco e os profissionais de saúde. Infelizmente não tem vacina para todos".
Brasil x EUA
Quando comparada a situação dos Estados Unidos com o Brasil, Bruno alerta para a possibilidade de um colapso no sistema de saúde, caso não sejam seguidas as recomendações dos órgãos. "Aqui, nós cremos que é uma doença que mata, as pessoas estão mais conscientizadas. As UTIs estão cheias. Algumas atividades estão sendo fechadas, bares estão sendo fechados... Estão pedindo para não viajar no Natal e ficar em casa e não gerar aglomeração. Pode ser que aconteça um colapso, não importa quantos quartos ou quantas camas tenhamos, não tem como tomar conta de todo mundo", conta o médico.
Na último domingo (13), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão de saúde dos Estados Unidos, aprovou a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.