‘Existe uma política que torna banal corpos negros caídos ao chão’, diz Kleber sobre a Bahia
Em entrevista, candidato a governador critica falta de segurança no estado

Foto: Divulgação/Kau Rocha
O candidato ao governo da Bahia, Kleber Rosa (PSOL), disse nesta segunda-feira (12), durante entrevista à Rádio Metrópole, que não há seriedade do poder estadual quando o assunto é segurança. Segundo ele, existe uma "política de confronto" que naturaliza a morte, naturaliza a violência e torna banal os corpos negros caídos ao chão.
"Nós temos na Bahia o espetáculo da morte. Precisamos reconhecer que a cada dia a violência aumenta no nosso estado e que não é com a política de confronto, bélica, que vamos conseguir resolver o problema da violência e da insegurança que aflige todos os dias a nossa sociedade”, lamentou Rosa. “O fenômeno da violência é reflexo de um processo histórico de exclusão social. Tivemos durante as gestões do presidente Lula um processo de inclusão social mas que, posteriormente, foi interrompido, e estamos atualmente com milhares de famílias passando fome", completou.
Na ocasião, o postulante também salientou que o governo do Estado precisa "investir pesado" na inclusão social, além de triplicar o efetivo da Polícia Civil, aumentar o efetivo da Polícia Militar, melhorar a infraestrutura das delegacias e adotar uma política de valorização dos policiais. Além disso, ele frisou que a Bahia possui a quarta maior população carcerária do mundo e que a "política do confronto", baseada na ação bélica, não produz resultados positivos, muito pelo contrário, a criminalidade só faz aumentar na Bahia.
"Nós temos uma cultura do aprisionamento. Eu rompi com as estatísticas. Sou cria da favela. Tive vários amigos que empinaram arraia comigo e que hoje estão mortos. Eu poderia estar preso ou estar morto, mas a educação me salvou", concluiu.