Exposição revela a produção artística e política LGBTQ+ durante à ditadura
Mostra estará em cartaz até abril de 2021
Foto: Reprodução/iStock
Em cartaz até abril de 2021, no Memorial da Resistência, em São Paulo, a mostra "Orgulho e Resistências: LGBT na Ditadura" revela de que maneira gays, lésbicas e transexuais eram retratados e como esse vasto grupo buscava se expressar, mesmo sob a ameaça de ser perseguido, preso e, até mesmo, assassinado.
A mostra traz algumas fotografias de Vânia Toledo feitas na Boate Medieval, entre os anos de 1971 e 1984, como a de um transformista, que, com uma maquiagem carregada, laquê no cabelo e detalhes grandiosos nas unhas, faz caras e bocas no clube noturno.
Além de registrar celebridades e artistas, como Caetano Veloso, Ney Matogrosso e o americano Andy Warhol, seu ídolo, ela, que morreu em julho último, aos 75 anos, também captou com maestria e sem pudor a vida noturna underground de São Paulo.
A exposição traz ainda vários exemplares de publicações sobre o cenário da época. Embora a quantidade de publicações voltadas ao público gay fosse mais numerosa durante a ditadura militar, as lésbicas também tinham um boletim para chamar de seu.
Um dos mais famosos e populares foi o ChanacomChana, produzido pelo grupo de Ação Lésbico-Feminista. "O ChanacomChana surge já nos anos 1980, quando a ditadura militar está mais enfraquecida e fragilizada", explica Renan Quinalha, curador da exposição.