Facções criminosas ocupam comunidades indígenas e quilombolas na Amazônia
Objetivo dos suspeitos é se esconder, praticar crimes ambientais e ficar perto de rotas internacionais de tráfico de drogas
Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real
Comunidades e territórios quilombolas e indígenas da região da Amazônia são ocupados por integrantes de facções criminosas. Os suspeitos utilizam os locais para se esconder, explorar a mão-de-obra local, evitar fiscalizações, praticar crimes ambientais e dominar a rota do tráfico internacional de drogas.
As informações foram divulgadas na quinta-feira (22) por pesquisadores e representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério dos Povos Indígenas, Ministério Público dos estados da região e Polícia Civil do Pará durante o 17º encontro anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo os dados apresentados, a ocupação de pessoas ligadas a facções criminosas tem aumentado nos últimos anos na região, principalmente do Comando Vermelho e do Primeiro Comando da Capital (PCC), mas também de outros grupos associados e locais.
A Polícia Civil do Pará, por exemplo, informou que a maior parte do tráfico de drogas no estado é dominado pelo CV (com parte menor do território dominado pelo PCC e pelo Comando Classe A, uma facção local).
Segundo o G1, os especialistas apontam que os principais crimes cometidos na região são os seguintes:
Extração ilegal de produtos florestais;
Mineração ilegal;
Caça e pesca ilegais;
Grilagem de terras;
Trafico de drogas;
Crimes contra as pessoas (ameaças e homicídios de lideranças locais).
A Abin informou que o que facilita a expansão do crime organizado no Norte e Nordeste do país são a dificuldade de monitorar o ambiente de fronteira; precariedade das estruturas de segurança e de fiscalização; expansão de produção da cocaína colombiana; e entrada de maconha colombiana de alto padrão no mercado brasileiro, como o Skank.