Falso magro: Especialista em obesidade dá dicas para identificar e tratar
Quais sinais identificam um falso magro? Por que é preciso se atentar ao assunto? Como combater o problema de forma eficaz? Especialista no assunto responde
Manequim 38 não significa saúde. É possível, pelo percentual de gordura existente no corpo, ser considerado um falso magro, o que significa que a pessoa tem excesso de gordura, pouca musculatura e, em muitos casos, propensão a desenvolver problemas como hipertensão, diabetes. Como identificar se é esse o caso e como tratar? A especialista em obesidade adulta e infantil, Edivana Poltronieri esclarece as dúvidas sobre o assunto.
Falso magro, será que sou?
“É possível detectar o falso magro por alguns exames, como bioimpedância. Este exame revela se a pessoa possui excesso de gordura em comparação à massa magra. Geralmente, essas pessoas também têm alteração no exame de sangue, especialmente nos níveis de açucares e colesterol, o que pode causar uma série de doenças”, explica Poltronieri.
Apesar de terem uma silhueta mais afinada, sendo considerados aparentemente magras, normalmente essas pessoas apresentam flacidez e pouca massa muscular. De acordo com a especialista, vários fatores podem influenciar nisso, como má alimentação, falta de atividades físicas, histórico genético familiar, insônia e até estresse. “O importante é a pessoa ter consciência de que a definição de saúde está mais relacionada à qualidade de vida, ânimo para realização de atividades, e condições para prevenir doenças como diabetes, pressão alta, entre outras”, pondera Poltronieri. Segundo Poltronieri, são 3 os fatores mais comuns para o quadro:
1. Sedentarismo: levar uma vida sem prática de atividades físicas está diretamente relacionado com a perda de massa muscular. Nesses casos, o acúmulo de gordura em locais específicos acontece com uma facilidade muito maior. Isso porque, quanto menor a quantidade de massa muscular de uma pessoa, mais lento tende a ficar seu metabolismo, o que resulta, diretamente, na gordura localizada e flacidez.
2. Alimentação: é comum que durante a infância, adolescência e juventude, a dieta alimentar de grande parte das pessoas se baseie em frituras, doces e refrigerantes. Isso acontece porque, nessas fases ainda não há noção das graves consequências para saúde que podem ser geradas. No entanto, por mais que não seja totalmente perceptível, o corpo perde massa muscular lentamente e acumula gordura. Na fase adulta, os efeitos começam a ser observados e os prejuízos, sentidos.
3. Genética: os genes FTO, MC4R e PPARG, presentes na informação genética de algumas pessoas, contribuem para o aumento do índice de massa corporal e acúmulo de gordura, quando alterados.
Fique atento!
O falso magro normalmente acumula gordura em determinadas partes do corpo, em especial no abdômen, o que pode ser mais prejudicial quando comparado com quem acumula gordura de forma mais distribuída. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), homens com abdômen com circunferência igual ou superior a 94 centímetros possuem mais chances de obterem doenças cardiovasculares. Em mulheres é a partir dos 80 centímetros.
O que fazer para evitar ou tratar este problema?
Para ajudar a combater o problema, a especialista em obesidade adulta e infantil, Edivana Poltronieri indica:
· Aumentar o consumo de fibras, presentes em legumes e vegetais, pois são essenciais para que o intestino funcione perfeitamente
· Aumentar o consumo de proteínas magras como frango, maminha e peixes claros, pois são capazes de aumentar a quantidade de massa muscular e, consequentemente, acelerar a queima de gordura;
· Praticar exercícios físicos regularmente, incluindo os aeróbicos.