Falta de renda foi um dos impactos que atingiram comunidade LGBTQIA+
Dados são da Associação Brasileira de Recursos Humanos
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Uma pesquisa realizada pelo coletivo #VoteLGBT+ apontou que os principais impactos que atingiram a comunidade nos primeiros meses da pandemia do coronavírus foram a piora da saúde mental, afastamento da rede de apoio e a falta de fonte de renda.
O levantamento ouviu 7.292 pessoas nas cinco regiões brasileiras que revelaram ainda que, seis em cada dez pessoas dessa comunidade perderam o emprego ou a renda.
A pesquisa, realizada no ano passado, ainda não foi atualizada, mas já revelava as consequências negativas da pandemia para a população LGBT+, como se fizessem parte de um ciclo de exclusão. Daí sugerir que as possíveis saídas para esses problemas deveriam ser consideradas de forma articulada, pensando em resolver problemas estruturais a longo prazo.
Em entrevista à Agência Brasil, a psicóloga e conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Jacqueline Resch, afirmou que vê um movimento de mais abertura, mesmo com as estatísticas não sendo tão favoráveis. “Mas se pensar em alguns anos atrás, a gente começa a ver, sim, uma abertura”, confirmou.
Para Jacqueline, o mercado de trabalho ainda está em "processo de conscientização e de discussão de como a diversidade é importante para tudo, para o mundo dos negócios, inclusive”.
Ainda segundo ela, essa inclusão é um trabalho que exige paciência e confiança e que o RH é fundamental nesse processo. “O RH tem que estar consciente de que a gente só vai ter empresas melhores e ambientes de trabalho melhores quando eles forem diversos, quando forem inclusivos, por uma questão de justiça social. Quando você tem diversidade, há também diversidade de visão de mundo. As pessoas vêm de lugares diferentes, de histórias diferentes. Então, elas olham as questões organizacionais também de maneira diferente. Acho que isso é um ganho enorme”.