Família doa cérebro de Eder Jofre para estudo sobre 'demência' pugilística
Tricampeão mundial de boxe morreu no começo do mês
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A família de Éder Jofre doou o cérebro do ex-pugilista ao laboratório de medicina da Universidade de São Paulo (USP) para ser usado em estudos sobre o efeito de impactos na cabeça para esportistas. A iniciativa visa atestar se ele tinha encefalopatia traumática crônica, antes conhecida como demência pugilística. Éder morreu no início do mês, aos 86 anos.
O anúncio de doação foi feito na quinta-feira (20) durante uma entrevista coletiva com a presença do neurologista Renato Anghinah, que irá participar dos estudos, e de Marcel e Andrea, filhos do ex-campeão mundial de boxe. O médico, que acompanhou Jofre durante grande parte de seu tratamento, afirma que se trata de uma série de estudos de longo prazo. O cérebro do capitão do Brasil no título da Copa do Mundo da Suécia, em 1958, Bellini, por exemplo, também foi doado após a sua morte, para que pudesse ser submetido ao mesmo tipo de análise.
“É um exemplo de como a roda da ciência gira. O Éder Jofre se beneficiou de diagnósticos mais precisos, diferente do passado, quando se daria um diagnóstico de doenças comuns. Ele se beneficiou de estudos feitos nos Estados Unidos em atletas da NFL (liga de futebol americano), assim como de boxeadores analisados fora do país, de jogadores de rúgbi, de hóquei sobre o gelo. E, para fazer com que essa roda girasse, ele se colocou à disposição, para que as gerações que viessem em seguida pudessem entender melhor essas doenças”, explicou Anghinah.