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Fé, devoção e história: Paróquia dedicada à padroeira da Bahia completa 400 anos

A festa, dedicada à Nossa Senhora da Conceição da Praia, acontece na igreja desde o Brasil colônia

Por Liz Barretto
Ás

Fé, devoção e história: Paróquia dedicada à padroeira da Bahia completa 400 anos

Foto: Bruno Concha/Secom/ PMS

Conhecida pelos títulos de Maria, Nossa Senhora, Mãe do Salvador e tantos outros nomes, a Imaculada Conceição da Praia está presente no cotidiano baiano desde a fundação de Salvador. O festejo, que parte da Basílica Santuário dedicada a Padroeira da Bahia, no Comércio, é considerado o mais antigo do Brasil e acontece todos os anos no dia 8 de dezembro.

Desde a chegada de Tomé de Souza, que trouxe na caravela a imagem de Maria, a devoção a Mãe de Cristo começou em nosso país. Em 1549, o colonizador fundou Salvador e construiu no sopé da montanha a capela nomeada Nossa Senhora de Conceição da Praia, título único criado na Bahia por causa da proximidade da Igreja com a praia.

Primeira capela da cidade

O historiador Rafael Dantas destaca a importância da capela na história baiana, que foi elevada à Paróquia pelo papa Pio VII e completa 400 anos deste título em 2023. “A Igreja foi a primeira construída na cidade e passou por uma grande obra onde vamos ter o templo que conhecemos hoje, construído no século XVIII”, explicou ele.

A Igreja era utilizada para proteção da cidade e como ponto de observação da costa. Pela importância do local, o bispo Dom Marcos Teixeira tornou a capela Paróquia, ou Freguesia, em 1623. 

Após a solicitação do primeiro Cardeal de Salvador, Don Augusto Cardeal da Silva, a então Paróquia foi nomeada igreja Basílica Menor pelo papa Pio XII, em 7 de outubro de 1946. Anos depois, Nossa Senhora da Conceição da Praia se tornou a padroeira do Estado da Bahia.

O reitor da Basílica, padre Adilton Lopes, ressalta que o título foi concedido pela relevância da entidade. “Bispos e deputados estaduais fizeram uma carta pedindo que essa igreja, devido à importância histórica, cultural e religiosa, se tornasse a padroeira. E no dia 4 de novembro de 1971, o papa Paulo VI deu o título à igreja de padroeira da Bahia”, disse o religioso.

Um mar de fiéis

A igreja, patrimônio cultural material pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), recebe milhares de devotos no dia 8, que agradecem e vivem a devoção à Maria. Esse é o caso de Maria da Conceição Santos que vai ao local para celebrar a sua fé e comemorar o seu aniversário de 67 anos.

“A igreja dela é muito linda. A imagem de Maria fica repleta de flores. Tem lindas missas, muitas orações, muito amor e muita fé. Nossa Senhora representa muito na minha vida, sou muito devota e tive o privilégio de nascer no dia dela. Creio muito no que ela fez pela minha família”, disse ela.

Foto:  Amanda Oliveira / Secom / PMS

A padroeira da Bahia conquistou diversos fiéis, que veem em Nossa Senhora o retrato da perfeição e da fé. André da Silva, 39 anos, iniciou a devoção ainda na infância, por causa do envolvimento com a Igreja do bairro.

"Minha devoção começa bem cedo, por volta dos 7 anos. Em alguns momentos, recorro à intercessão de Maria. Costumo rezar o anjo e quando tenho decisões peço orientação a ela e a Jesus", relatou André.

Durante momentos difíceis, o fiel clama pela proteção Mariana. André conta que sofreu um acidente e a figura religiosa o protegeu. “Eu sofri um acidente, tive um traumatismo e momentos de lapso de consciência. Quando eu estava consciente, rezei a ave maria. Acredito muito na intersecção dela. Se hoje eu estou bem, é porque ela intercedeu por mim”, destacou.

Dia de agradecer

Neste dia 8, a igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, com missas desde às 5h, também terão celebrações às 11h30, 12h30 e 15h. A Missa Solene, ápice das celebrações, se inicia às 8:30 e será presidida pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha. O coral da Basílica também fará parte do momento, sob a regência do maestro David Tourinho.

Adilton Lopes vê a data como um momento de gratidão. “Uma festa como essa contribui para a gente se lembrar de Deus. Uma multidão de gente vem aqui adorar a Deus e agradecer a Nossa Senhora. Agradecer curas e milagres. É como um filho que retorna e vem falar com sua mãe. O dia renova nossa fé e nossa esperança. Aqui a gente pede pela Bahia, pelo Brasil e pelo mundo”, afirmou o padre.

Foto:  Amanda Oliveira / Secom / PMS

O tema da comemoração aos 400 anos é “Fazei tudo que vos disser”. A festa atrai muitos devotos e tem uma enorme relevância no estado, como relata Rafael Dantas. “É um festejo tradicional, que atrai milhares de pessoas, já descrita por inúmeros personagens, viajantes, cronistas e artistas. Foi fotografada por Pierre Verger, descrita por Jorge Amado e outros nomes. A festa é a cara da Bahia”, destacou o pesquisador em iconografia.

Após a missa, a procissão carrega o andor de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que percorre as ruas do Comércio junto com as imagens de Santa Bárbara, Santa Dulce dos Pobres, Deus Menino, São José, Senhor Bom Jesus do Bonfim e Nossa Senhora das Candeias. No trajeto, a procissão passa pelas ruas Miguel Calmon, Rua da Holanda, Av. da França, retorna pela Rua da Bélgica e pela Lafayette Coutinho.

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