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Feminicídio aumenta 31,46% em quase quatro décadas no Brasil, diz pesquisa

Sudeste registra uma média de 3,45 assassinatos para cada 100 mil mulheres

Por Da Redação
Ás

Feminicídio aumenta 31,46% em quase quatro décadas no Brasil, diz pesquisa

Foto: Agência Brasil

Uma pesquisa feita por pesquisadores brasileiros mostra que a taxa de homicídios de mulheres no Brasil aumentou 31,46% no período de 1980 a 2019, passando de 4,40 (1980-1984) para 6,09 (2015-2019) a cada 100 mil mulheres. O levantamento, que será publicado na revista Violence Against Women, foi feito por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

De acordo com os dados,  a morte violenta de mulheres muitas vezes aparece classificada como “intenção indeterminada”, ou seja, sem indicar se foi acidente, suicídio ou causada por terceiros. Dessa forma, os pesquisadores precisaram aplicar técnicas de correção. A correção dos dados do registro de morte do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/Datasus) demonstrou que as taxas de homicídio de mulheres foram subnotificadas no Brasil num período de 40 anos (1980 - 2019).

A pesquisa atualiza os números e mostra que esse tipo de crime foi maior 28,62% do que o apresentado pelo SIM. “No Brasil, os principais métodos empregados no assassinato de mulheres foram o uso de armas de fogo, objetos contundentes/perfurantes, estrangulamento e sufocação. É importante destacar que a tendência temporal dos homicídios com armas de fogo está relacionada a fatores associados à comercialização, circulação e aquisição dessas armas”, destaca a pesquisa. 

Diferentes Brasis

O Sudeste registra uma média de 3,45 assassinatos para cada 100 mil mulheres, enquanto o Centro-Oeste aparece com 8,55 a cada 100 mil. “Vale ressaltar que esta última região, mais Nordeste e Norte, apresentam coeficiente acima da média nacional”, diz a pesquisa. 

Sul e Sudeste, portanto, aparecem abaixo da média nacional. Resultados semelhantes são observados quando analisadas as mortes de mulheres por armas de fogo: a média nacional está em 2,57 para cada cem mil, variando de 2,01 no Sul para 3,28 no Centro-Oeste.

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