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Fim da discriminação racial diminuiria parte das mortes de recém-nascidos no país, revela pesquisa

Pesquisa feita pelo Cidacs/Fiocruz Bahia revela que as mortes neonatais seriam evitadas se não houvesse desigualdade racial

Por Da Redação
Ás

Fim da discriminação racial diminuiria parte das mortes de recém-nascidos no país, revela pesquisa

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pela equipe de estudiosos do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), revelou que: “Uma parte considerável das mortes neonatais e dos desfechos negativos entre recém-nascidos poderia ser evitada se as desigualdades raciais não existissem no Brasil”. O estudo foi publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas.

Os objetivos de pesquisa são os resultados do racismo sofridos por uma mulher grávida e os filhos. O estudo ainda destaca que na ausência da desigualdade racial, cerca de 12% das mortes neonatais – pouco mais de 12 mil mortes de crianças com até 7 dias de vida – poderiam ser impedidas.

Para alcançar esse resultado, os pesquisadores investigaram os acontecimentos de quatro resultados negativos entre recém-nascidos: mortalidade neonatal precoce, prematuridade, baixo peso ao nascer e de crianças nascidas pequenas para a idade gestacional (definidas pela sigla PIG). O estudo ainda calculou que 1,7% dos nascimentos prematuros, 11% dos registros de PIG e 7% dos casos de baixo peso no nascimento conseguiria ser evitado. 

Os efeitos do racismo e da desigualdade 

A pesquisa usou as informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), observando dados de quase 23 milhões de nascidos entre 2012 e 2019. A identificação racial da mulher grávida foi usada como divulgador da existência do racismo, ao compreender que as diferenças nas mortes entre os pequenos é resultado das desigualdades sociais, já que raça é um conceito socialmente construído. 

A análise ainda considerou a escolaridade materna – que é considerado um indicador de condições socioeconômicas – para classificar como o racismo atinge vários grupos socioeconômicos. A conclusão chegou ao seguinte resultado, quanto menor for o nível de escolaridade da mãe, maior será a chance de desfechos negativos para os filhos.  

Em grávidas indígenas com menor educação formal, a investigação junto com o fator de escolaridade aponta o risco de 30% de morte ao nascer, 25% de prematuridade, 22% de baixo peso ao nascer e 27% de nascimentos de crianças pequenas para a idade gestacional. A inexistência das desigualdades raciais diminuiria em mais de 60% o número de morte neonatal, baixo peso e PIG entre seus filhos, e abaixar em 28% os nascimentos de crianças prematuras.  

A relação entre mulheres pardas e pretas, a diminuição poderia ultrapassar os 40% nos registros de morte neonatal, baixo peso e PIG, e 18% nos nascimentos prematuros.  Mesmo assim, o estudo revela, as mulheres de pertencentes a grupos raciais minoritários com alto nível de escolaridade, as desigualdades raciais continuam nas resoluções de saúde dos filhos.   

Os dados ainda mostram que as grávidas mais novas, com um nível menor de educação e com baixa frequência às consultas de pré-natal eram em grande parte declaradas pretas e pardas. Indígenas e gestantes pretas obtiveram o maior número nas ocorrências dos desfechos negativos estudados. 


 

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