Baianos em Paris: conheça atletas baianos nas Paralímpiadas 2024
Megaevento começa na próxima quarta-feira (28); Brasil conta com 280 representantes
Foto: Fotos: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 começam na próxima quarta-feira (24). Ao longo de 13 dias, 4.400 atletas de 185 países movimentarão a Cidade Luz em busca da glória paralímpica nas 22 modalidades presentes no programa dos jogos. A Bahia será representada por oito atletas, que buscarão medalhas em quatro esportes: halterofilismo, atletismo, futebol de 5 (cegos) e vôlei sentado.
Uma das potências mundiais das Paralimpíadas, o Brasil chega à capital francesa com sua maior delegação em uma edição do megaevento fora do país. Serão 280 representantes na disputa, superando os 259 de Tóquio 2020. Os brasileiros competirão em 20 modalidades.
Conheça os baianos nos Jogos Paralímpicos
Levantamento de peso (halterofilismo)
Evânio da Silva
Evânio Rodrigues da Silva, de 40 anos, será o representante baiano no halterofilismo. O esporte é disputado por homens e mulheres que possuem deficiência nos membros inferiores (amputados, lesionados medulares e paralisados cerebrais). Os atletas executam um movimento chamado supino, deitados em um banco.
Natural de Cícero Dantas, Evânio teve poliomielite aos seis meses de vida, o que causou um encurtamento de sua perna direita. Ele começou a praticar o levantamento de peso em 2010.
Em seu currículo, o paratleta tem três medalhas de ouro no Parapan-Americano (2019 e 2023) e uma prata nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
Foto: Alessandra Cabral/CPB
Atletismo
Edneusa de Jesus Santos
A soteropolitana Edneusa de Jesus, de 48 anos, vai disputar a maratona na classe T12. A atleta possui baixa visão desde que nasceu, em decorrência de uma rubéola que sua mãe adquiriu durante a gravidez.
Edneusa competiu no atletismo profissional até os 24 anos. Em 2012, tornou-se atleta paralímpica, tendo uma ascensão rápida.
Nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, ela conquistou o bronze, tornando-se a primeira brasileira medalhista paralímpica em maratonas. A baiana também é dona de uma prata no Campeonato Mundial de 2019.
Raíssa Machado
Raíssa Machado, de 28 anos, pratica lançamento de dardo desde os 12 anos. A baiana de Ipibeba vai para sua terceira participação nas Paralimpíadas e busca sua segunda medalha – em Tóquio 2020, ela conquistou a prata.
A atleta, que nasceu com má formação nas pernas, compete na classe F56. Além da medalha olímpica, Raíssa é a atual campeã mundial do lançamento de dardo e bicampeã Parapan-Americana.
Samira Brito
Segunda do mundo nos 100m e 200m da classe T36, Samira Brito, de 35 anos, é natural de Juazeiro. Ela sofreu com falta de oxigenação no parto e, aos nove anos, foi diagnosticada com paralisia cerebral, o que afeta os movimentos dos membros, além da fala e audição.
Em 2008, foi descoberta por um técnico que identificou seu potencial no atletismo. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, ela disputou a final dos 100 metros rasos na classe T36 e ficou na sétima posição; já na final dos 200 metros rasos T36, ficou em sexto lugar. No Parapan-Americano de Santiago, ela ficou com a prata nos 200m.
Vôlei Sentado
Márcio Borges
Márcio Borges, de 41 anos, integra a seleção de vôlei sentado e fará sua estreia em Paralimpíadas, nos Jogos de Paris. Natural de Salvador, ele sofreu um grave acidente de moto em 2003, ficando com diversas sequelas.
Incentivado por um amigo, tornou-se atleta paralímpico em 2011. Doze anos depois, foi convocado para a Seleção Brasileira principal pela primeira vez.
O estreante tem uma carreira vitoriosa, com cinco campeonatos brasileiros de vôlei sentado, um vice-campeonato mundial e ouro no Parapan de Santiago.
Futebol de Cegos
Cássio Lopes dos Reis
Cássio Lopes dos Reis chega a Paris em busca de sua quarta medalha de ouro nos Jogos. O atleta, que nasceu em Ituberá, sofreu um deslocamento de retina seguido de catarata e acabou perdendo a visão aos 14 anos.
Na infância, Cássio já praticava esportes e, aos 20 anos, começou no futebol de cegos. Com a camisa da seleção, ele é tricampeão da América, tricampeão mundial e tetracampeão Parapan-Americano.
Jeferson da Conceição Gonçalves
Natural de Candeias, Jeferson da Conceição Gonçalves é um jogador histórico do futebol de cegos mundial. Ele foi eleito o melhor jogador do mundo em 2010 e acumula doze títulos com a amarelinha.
O ala ofensivo, de 35 anos, sofreu com um glaucoma que ocasionou a perda total de sua visão aos sete anos. O baiano começou na natação, passou pelo atletismo, mas se encontrou no futebol de cegos, aos 12 anos.
Jefinho, como é conhecido, é tetracampeão olímpico e vai a Paris para manter a hegemonia brasileira nas Paralimpíadas.
Maicon Junior dos Santos Mendes
Com 24 anos, Maicon Junior é um dos mais jovens jogadores da seleção. Ele perdeu a visão devido ao glaucoma congênito.
Seu início no futebol de cegos foi em 2013, quando passou a treinar no Instituto de Cegos da Bahia. Em 2017, ele passou a integrar a Seleção Brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2017.
Maicon é bicampeão Parapan-Americano (2019 e 2023) e fez parte do elenco que conquistou o bronze na Copa do Mundo em Birmingham, em 2023.
Fotos: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)