"Mais de 380 milhões de pessoas possuem uma infecção sexualmente transmissível no país", aponta ginecologista
Ministério da Saúde lança campanha para alertar sobre a importância do uso do preservativo

Foto: Erasmo Salomão / ASCOM MS
A Bahia registrou 834 novos casos de HIV, onde, a maior parte das ocorrências são de Salvador - totalizando 404. As informações são do ultimo balanço realizado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Mas o HIV não é o único vilão. Casos de sífilis em Feira de Santana passaram dos 330 registros neste ano. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem levar a pessoa portadora a ter complicações graves e até à morte.
Os números assustam, dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) demonstram que o uso do preservativo (feminino ou masculino) vem caindo com o passar do tempo. Apenas 40% dos jovens utilizam camisinha. E de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os dias ocorrem 1 milhão de novas infecções.
“Ontem estava lendo um relatório da OMS e nele consta que existem no Brasil, mais de 380 milhões de pessoas com alguma infecção sexualmente transmissível, que são curáveis. E isso é assustador, precisamos conscientizar a população para reduzir esse número”, pontua Omar Darzé, ginecologista do Hospital São Rafael. Seu tratamento melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão.
Causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual - sem o uso de camisinha. Outra forma de transmissão é da mãe para a criança, durante a gestação, parto ou amamentação. Essas infecções aumentam em até 18 vezes a chance de a pessoa ser infectada pelo HIV.
“Muitas pessoas se quer sabem que possui algum tipo de infecção e acabam passando para outras. Por conta disso, é imprescindível que os indivíduos se protejam. Sempre falo com as minhas pacientes que a maior forma de amor que uma pessoa pode demostrar pela outra, é a prevenção”, destaca.
Por tratar-se de enfermidades que nem sempre apresentam sintomas, o médico ressalta que o acompanhamento da saúde é essencial para a prevenção. “Sugiro que faça parte da rotina do indivíduo a realização de exames de rotina e consultas médicas para prevenção ou tratamento das infecções. Pois, quanto mais cedo for descoberto, mais fácil é a cura”, revela o ginecologista. “As grávidas também precisam redobrar o cuidado, que é iniciado desde o pré-natal”, salienta.
Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, porém, os exemplos mais conhecidos são:
Herpes genital;
Cancro mole (cancroide);
HPV;
Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
Donovanose;
Gonorreia e infecção por Clamídia;
Linfogranuloma venéreo (LGV);
Sífilis;
Infecção pelo HTLV;
Tricomoníase.
No combate a essas infecções, atendimento e tratamento são ofertados de forma gratuita nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Campanha do Ministério da Saúde
Começa hoje (1°), a campanha do Ministério da Saúde exclusiva para prevenção contra as ISTs. A ação com foco no público jovem, entre 15 e 29 anos, visa conscientizar sobre a importância do uso do preservativo. Com o slogan “Sem camisinha você assume o risco”, a iniciativa pretende fazer o público refletir sobre as consequências do sexo sem proteção.