Fiocruz emite nota de repúdio contra atos de violência e discriminação em voo da Gol Linhas Aéreas
A Polícia Federal classificou a retirada da professora Samantha Vitena como "compulsória"
Foto: Reprodução
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu uma nota de repúdio condenando os atos de violência e discriminação que ocorreram em um voo da Gol Linhas Aéreas na noite de 28 de abril, durante o trajeto de Salvador para São Paulo. A instituição reiterou seu compromisso em combater o racismo e a violência de gênero em todas as suas formas.
Samantha Vitena, mestranda em Bioética da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz, foi alvo de uma abordagem violenta e discriminatória por parte da tripulação e dos agentes da Polícia Federal convocados pela companhia aérea. Ela foi retirada à força, sem justificativa e sem oferecer resistência, o que configura uma clara violação de seus direitos humanos.
A Gol alegou, em nota divulgada no sábado (29), que Samantha teria colocado sua mochila em um local que obstruía a passagem, colocando em risco a segurança do voo. No entanto, testemunhas e a defesa da professora negam essa versão e afirmam que a mochila foi colocada no bagageiro com a ajuda de outros passageiros, já que a tripulação teria ignorado a solicitação de Samantha.
A Polícia Federal classificou a retirada da professora Samantha Vitena como "compulsória" e afirmou que a investigação se manterá em sigilo até que todo o caso seja apurado. A PF também abriu um inquérito para investigar crime de racismo contra a professora. A informação foi divulgada neste domingo (30) pela Superintendência Regional da PF na Bahia, após os ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos acionarem a Procuradoria-Geral da República na Bahia e a PF para investigar quaisquer crimes, infrações ou violações relacionados ao caso.