Flávio Bolsonaro diz que pai deve escolher entre André Mendonça e Humberto Martins para o STF
Vaga será aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello
Foto: Reprodução/Jornal de Brasília
As opções do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) que abrirá com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello afunilaram. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse nessa sexta-feira (23), para o jornal O Globo que os dois nomes analisados pelo pai são os de André Mendonça, atual advogado-geral da União, e Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com as informações da colunista Bela Megale, Humberto Martins é o preferido de Flávio para o STF por ter uma atuação crítica à Operação Lava-Jato. O parlamentar já foi alvo do Ministério Público do Rio em 2020, quando foi denunciado no caso das “rachadinhas”. O senador, no entanto, nega influência na escolha.
"Meu candidato é o que o presidente Jair Bolsonaro mandar. Os nomes avaliados hoje pelo presidente são o do André Mendonça e o do Humberto Martins. Os dois são capacitados, evangélicos, como quer meu pai, e seriam boas escolhas para o Supremo Tribunal Federal.", disse Flávio.
Bolsonaro prometeu que indicaria um nome “terrivelmente evangélico” para a Corte. Seu primeiro indicado, Kassio Marques, não se enquadrava no perfil, o que irritou apoiadores do presidente ligados a esse segmento. Além de agradar ao segmento evangélico, Mendonça é o nome favorito da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, Michelle tem defendido junto ao presidente a sua nomeação ao cargo.
Em um encontro com lideranças evangélicas no início da semana, no Planalto, Bolsonaro sinalizou que deve indicar Mendonça ao cargo. O advogado-geral da União, contudo, precisa superar resistência no Senado, que sabatina os indicados, e também entre ministros do STF. Já o nome de Humberto Martins ganhou força nos bastidores após a criação da CPI da Covid no Senado e a escolha do senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator.
Natural de Alagoas, Martins tem boa relação com Renan e um bom trânsito no Senado. Por isso, sua indicação ao cargo de ministro do Supremo passou a ser vista, nos bastidores, como um possível aceno do Planalto para abrandar as investigações da CPI.