Coronavírus

FMI e Banco Mundial projetam aumento da desigualdade entre países

A pesquisa aponta ainda que, em termos absolutos, o maior impacto seria na África Subsaariana

Por Da Redação
Ás

FMI e Banco Mundial projetam aumento da desigualdade entre países

Foto: Reprodução

Dados recentes de organismos internacionais têm alertado que a pandemia pode aprofundar o desequilíbrio entre nações ricas e nações pobres. Outra consequência: o aumento da extrema pobreza, na primeira alta global do índice desde 1998. 

De acordo com as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que países ricos estão investindo mais do que emergentes e pobres nas respostas ao coronavírus. Enquanto os sete países mais industrializados do mundo investem quase 6% do PIB nos planos de estímulo, os integrantes do G-20, que inclui emergentes como o Brasil, investem em média 3,5%.

Nos EUA, o pacote do governo Trump para manter a economia aquecida chega a US$ 2 trilhões – o equivalente a mais de R$ 11 trilhões –, ou 10% do PIB. No Japão, o socorro anunciado no início do mês equivale a 20% da economia do país. Já no Brasil, o FMI estima em 2,9% do PIB a resposta, similar à da Malásia (2,8% do PIB).

O Banco Mundial (Bird) prevê que a tendência de redução da pobreza mundial, registrada nos últimos cinco anos, vai se reverter em 2020. A estimativa é que, na comparação com 2019, de 40 milhões a 60 milhões de pessoas passem a engrossar o contingente da população vivendo em condições de extrema pobreza – o equivalente a menos de US$ 1,90 por dia. E a tendência é de que isso se acentue nos lugares que já são os mais afetados. “A crise vai ter impacto desproporcional nos pobres, através da perda de emprego, alta nos preços e disrupções severas na educação e sistema de saúde”, diz o banco.

Países como Uganda tem uma UTI para cada 1 milhão de habitantes, e metade dos países de baixa renda não possui dados que permitam aos pesquisadores saber a real situação do sistema de saúde local.

Estudo do International Food Policy Research Institute mostra que, com o recuo de 1% da atividade mundial – mais otimista do que as projeções recentes de queda de 3% na economia global –, o número de pessoas vivendo na pobreza extrema poderia crescer até 3%. A pesquisa aponta ainda que, em termos absolutos, o maior impacto seria na África Subsaariana, que concentraria quase metade da extrema pobreza mundial.
 

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