'Foi orgia': diz amigo de Robinho sobre a noite do crime
Clayton era um dos cinco amigos que estavam com Robinho em janeiro de 2013
Foto: Divulgação
Clayton Florêncio dos Santos, ou Claytinho, como é conhecido, era um dos cinco amigos que estavam com Robinho em janeiro de 2013, na boate Sio Café, em Milão.
A casa noturna foi o local do crime de estupro que levou o ex-jogador a ser julgado e condenado pela Justiça da Itália.
Claytinho deu entrevista para o site UOL e defendeu Robinho, que começou a cumprir pena de nove anos no Brasil pelo estupro de uma mulher albanesa. Esta é a primeira entrevista em que um dos parceiros do ex-atleta conta sua versão sobre o que viu e fez naquela noite.
"Estuprador tem que morrer na cadeia. Estuprador tem que morrer. Mas o Robinho não estuprou ninguém. Os amigos do Robinho não estupraram ninguém", disse ele, que hoje tem 42 anos, dois a mais que Robinho.
"Participamos de uma orgia. Com a consciência de todo mundo", completa.
A entrevista é o ponto de partida do sétimo episódio do podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho, que está disponível nesta quinta-feira (4) para assinantes UOL e pode ser ouvido no player abaixo.
A partir de amanhã (5), o novo episódio estará também disponível nas principais plataformas digitais. Você pode ouvir os episódios anteriores no UOL Esporte.
Além de Robinho, o motorista Ricardo Falco também foi condenado na Itália — ele ainda espera para saber se também terá que cumprir a pena no Brasil.
Em entrevista de pouco mais de uma hora, Clayton admite que achou "estranho" ver a mulher com mais de um amigo seu. Ele a conhecia e conversava com ela havia mais de um ano por uma rede social.
Apesar disso, define o ato como "orgia", e não "estupro", entendimento contrário ao da Justiça italiana, que condenou Robinho a 9 anos de prisão.
Ao ser questionado sobre o estado de consciência da mulher albanesa naquela noite, Claytinho admite que os brasileiros serviram drinques com vodca a ela, mas nega que a jovem estivesse embriagada.
"Ela estava sempre tomando, sempre bebendo. Tomava um drinque, o copo sempre cheio, ela não virava."
Mas Claytinho admite que ela passou mal no final da noite "por causa da bebida". "Ela começou a chorar porque estava passando mal: 'Pô, estou passando mal, tenho que falar com as minhas amigas.' E vomitava", afirmou.
Embora publicamente Robinho e seus amigos afirmem que as relações foram consensuais, a Justiça italiana concluiu que a vítima estava inconsciente naquela noite.
Parte importante da investigação que levou à condenação do jogador foi resultado dos grampos das conversas entre eles sobre o caso.
Clayton Santos, Fabio Galan, Rudney Gomes e Alex "Bita" Silva foram denunciados pela promotoria na Itália, mas o processo deles está parado porque eles nunca foram informados oficialmente da acusação. Logo, não puderam se defender dela.
Clayton é o único dos amigos cuja voz não aparece nos grampos, usados como prova na condenação de Robinho. Mas, nas gravações, o ex-jogador afirma que Claytinho participou do ato.
Para o amigo, as palavras de Robinho não devem ser levadas a sério. "O cara não cometeu crime nenhum. O único crime que o Robinho cometeu ali foi naqueles áudios, naquela brincadeira que ele fez", disse Claytinho.
"Ele falou um monte de merda. Quem está com a gente, sabe: ele fala um monte de merda brincando. Destruíram a vida do Robinho. Eu me sinto muito culpado também."