Foragido por desaparecimento de funcionários em Salvador, empresário responde a processos por lesão corporal, ameaça e tortura
A prisão preventiva do suspeito foi decretada cinco dias após o desaparecimento das vítimas
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O empresário Marcelo Batista da Silva, que teve prisão preventiva decretada como o principal suspeito de ser responsável pelo desaparecimento dos jovens Paulo Daniel e Matusalém Silva, também é réu em pelo menos quatro processos, que apontam danos materiais, lesão corporal, ameaça e tortura na Justiça da Bahia. A prisão preventiva não foi cumprida e Marcelo Batista está foragido.
O suspeito morava em um condomínio de luxo localizado no bairro de Pituaçu, porém, não foi mais visto desde que a investigação sobre o sumiço dos funcionários do ferro-velho foi iniciada. A prisão preventiva foi decretada cinco dias depois do desaparecimento das vítimas, Marcelo Batista está foragido deste então.
O nome do empresário pode ser incluído na lista da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpool), já que os investigadores acreditam que ele tenha fugido do país. O advogado do foragido informou que não sabe do paradeiro do cliente.
Confira os processos contra Marcelo Batista:
Réu por danos materiais em acidente de trânsito em Jequié (2020);
réu por violência doméstica contra a ex-mulher por lesão corporal (2024);
réu por violência doméstica contra a ex-mulher por ameaça (2024);
réu por tortura e lesão corporal de outros dois funcionários do ferro-velho (2017);
pode ser réu por duplo homicídio qualificado (2024): referente ao caso de Paulo Daniel e Matusalém.
Manifestações de familiares das vítimas
Os familiares dos dois jovens fizeram duas manifestações na quarta-feira (13) para cobrar solução para o caso. Uma delas ocorreu pela manhã, em Pirajá, e a outra na Avenida Tancredo Neves, na altura da Estação e Metrô Detran. Objetos foram incendiados, e as pistas ficaram fechadas temporariamente.
O pai de Matusalém, que preferiu não ser identificado, lamentou a falta da resolução do caso.
"Estou faltando o trabalho há 3 dias, sem dormir. Eu vim porque é o meu sangue, meu filho. Quero uma resposta, mas Deus vai me ajudar", disse o pai da vítima.
Na semana passada, familiares das vítimas se revezaram na porta do ferro-velho de propriedade de Marcelo Batista em busca de informações mas não tiveram sucesso. No dia 7 de novembro, eles prestaram depoimento no Departamento de Proteção à Pessoa (DPP) e solicitaram que o dono da empresa disponibilize imagens da câmera de segurança do local.
Antes de sumir, o empresário afirmou que as câmeras de segurança do local estavam quebradas, e apontou os funcionários como responsáveis pelos danos aos dispositivos.