Ford conclui investimento de R$ 3,3 bilhões na Argentina para fazer nova Ranger

Ao encerrar a produção de carros na Bahia, em janeiro de 2021, a Ford prometeu que não deixaria o mercado brasileiro. Agora, a nova geração da Ranger será a grande notícia do ano para a Ford que anunciou 10 novidades para o mercado só em 2023. O Farol da Bahia fez parte do pool de imprensa que visitou a planta da Ford em General Pacheco, na grande Buenos Aires, que recebeu um investimento de R$ 660 milhões, cerca de R$ 3,3 bilhões e foi totalmente remodelada ao longo dos últimos anos. A produção dos primeiros protótipos já foi iniciada mas a nova geração da Ranger chegará ao mercado comercial somente no segundo semestre. 

Vimos duas unidades da Ranger expostas no final da linha de produção em General Pacheco mas não foi permitido o registro por foto ou vídeo. O visual confirma o modelo já oferecido na Tailândia e países do Sul Asiático bem como no Reino Unido e também será oferecido nos Estados Unidos com produção local em Michigan. No entanto, o portfólio de versões e motorizações para o Brasil ainda não foram confirmados pela Ford.

Rogelio Golfard, vice-Presidente da Ford América do Sul, acompahou a visita e a comitiva de jornalistas brasileiros para falar sobre a fábrica argentina. "Vocês veão uma fábrica com tecnologia que vai revolucionar a região. A Ford é a maior fabricante de pickups do mundo. Não é apenas um produito mas uma pickup para definir tendências e qualidade vai ser um diferencial competitivo", disse o executivo.
Enquanto isso, a marca prepara os ajustes finais da fábrica argentina para a produção da pickup. Por isso a capacidade instalada de General Pacheco foi elevada em 70% e será de 110.000 unidades por ano, cerca de 1.000 unidades por mês, 70% destinada a exportação tendo em vista a profunda crise financeira do país vizinho. A decisão de produzir a Ranger na Argentina se deve à tradição de produção das pickups da marca iniciada desde meados dos anos 1990 com a própria Ranger.
Assim, em cerca de 1 milhão de metros quadrados de General Pacheco, a fábrica que remonta o ano de 1962, recebeu muitas novidades. Logo no início da visita vimos de perto uma grande e moderna prensa de peças metálicas "Thunder XL" que será capaz de produzir 1.800 peças por hora, entre portas, assoalho, teto e outos itens da carroceria da nova Ranger.
Na área de carroceria foram instalados 318 novos robôs que fazem 95% dos pontos de solda da carroceria e garantem a aplicação da solda com maior precisão e são capazes de detectar desvios da ordem de centésimos de milímetro. A preocupação, segundo os executivos da Ford, é com o padrão de qualidade que a marca espera oferecer aos clientes na nova geração da Ranger.
Martin Galdeano, presidente da Ford Argentina, destacou a importância dos investimentos para a fábrica de General Pacheco. "Temos um rol importante nesta planta pois abastecemos os clientes da região. Esse é um diferencial fundamental diante da concorrência e posso dizer com certeza que investimos aqui o melhor da nossa tecnologia comparável a todos as outras plantas globais que produzem a Ranger", explicou.
A Ford destacou ainda a presença de mais de 1.000 câmeras e sensores posicionados ao longo da linha de produção para monitorar o padrão de qualidade da linha. Durante o processo produtivo, outros 81 módulos serão colocados na Ranger para monitorar o padrão de produção aplicado pelos mais de 2.400 funcionários que atuam na planta. 
A pré-produção da nova Ranger já foi iniciada na Argentina e durante a visita, executivos da Ford afirmaram que em meados de junho a fabricação será finalmente iniciada. A chegada da nova Ranger ao mercado deverá tirar de linha a atual geração. Além da Ranger, a marca prepara para o Brasil e chegada de modelos como a F-150 já lançada, novas versões da Transit e possivelmente o novo Territory já oferecido na Argentina e no México que vem importado da China.