Fornecedores da Shein fecham as portas na China após Trump revogar isenção de impostos
Isenção "de minimis" era essencial para atrair consumidores americanos com produtos baratos

Foto: Reprodução/Alan Santos/Agência Brasil
Após decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a isenção de impostos para pequenas remessas internacionais, oficinas de vestuário estão fechando em um distrito de Guangzhou apelidado de "Vila Shein".
Um funcionário de uma oficina disse ao jornal Valor Econômico que com a queda dos pedidos da Shein, as vendas também caíram. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o fim da política "de minimis", que isenta remessas internacionais com valor de varejo igual ou inferior a US$ 800 dos impostos de importação americanos, a partir de 2 de maio.
A medida pressiona a economia chinesa, à medida que a retração do mercado imobiliário se prolonga. O crescimento econômico real permaneceu estável em 5,4% no trimestre de janeiro a março, em comparação com os três meses anteriores, no entanto economistas apontam que o segundo trimestre pode ser desafiador.
A isenção "de minimis" era essencial para atrair consumidores americanos com produtos baratos. Com as novas políticas comerciais, a empresa está sendo forçada a ajustar os planos de produção, com os fornecedores arcando com o peso da retração.
Segundo o Valor Econômico, mais da metade dos fornecedores da Shein que operavam no mesmo prédio fecharam. Os empresários estão migrando os pedidos da Shein para as vendas nas redes sociais.
As exportações chinesas para os Estados Unidos aumentaram mais de 9% em março em relação ao ano anterior, em dólares, de acordo com a autoridade alfandegária chinesa. Isso ocorreu porque as empresas aceleraram os embarques para os Estados Unidos em antecipação às novas tarifas.
Devido às tarifas americanas de 145% sobre os produtos chineses, essas exportações devem cair a partir desse mês. Enquanto isso, as exportações para a Ásia e a Europa devem aumentar. As pressões deflacionárias na China podem se espalhar para outros países se mais exportadores chineses começarem a reduzir os preços para expandir em mercados além dos Estados Unidos.