Fraudes no INSS: delegado da PF será ouvido na Câmara hoje (28)
Carlos Henrique Oliveira de Sousa comparece no lugar de Andrei Rodrigues, sob o argumento de que o diretor-geral da coorporação não teria as informações necessárias

Foto: Reprodução/TV Globo
O delegado da Polícia Federal (PF) Carlos Henrique Oliveira de Sousa participa, nesta quarta-feira (28), de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a operação que revelou a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, foi convidado pelo colegiado. No entanto, segundo o Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, o governo informou que Andrei Rodrigues não teria informações sobre a investigação e, por isso, indicou o delegado.
A audiência será realizada partir das 10h e atende a requerimento dos deputados Bilynskyj e Cabo Gilberto Silva (PL-PB). De acordo com os parlamentares, o objetivo é garantir a independência da Polícia Federal e verificar se há tentativa de interferência política nas investigações conduzidas pela corporação.
Como justificativa, Silva citou um encontro entre o presidente Lula (PT) e representantes de sindicatos investigados na operação. Para ele, a reunião “levanta sérias dúvidas sobre a possibilidade de interferência do Poder Executivo nas investigações em curso”.
Bilynskyi, por sua vez, justificou o pedido com base em notícias divulgadas pela imprensa de que um dos investigados na operação teria sido escoltado por agentes da PF no Aeroporto de Brasília.
Fraude no INSS
Conforme investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da PF, o esquema cobrava mensalidades não autorizadas dos aposentados, pensionistas e beneficiários do programa, por meio de assinaturas falsificadas e falta de documentos.
Os descontos não autorizados em aposentadorias e pensões ganharam força a partir de 2019, ainda no mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e atingiram a casa dos bilhões a partir de 2023, no terceiro mandato do presidente Lula. O aumento atípico nos últimos anos chamou a atenção.
A controladoria aponta que o INSS ignorou alertas feitos pelos órgãos de controle em 2024. Segundo a CGU, foram enviados seis ofícios entre 8 de maio de 2024 e 12 de julho daquele ano, pedindo providências, que teriam ficado sem resposta.
Mais de 9 milhões de beneficiários do INSS podem ter sido vítimas do esquema.
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