Fronteira entre Gaza e Egito é fechada, impedindo a saída de Brasileiros

A fronteira entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito foi novamente fechada nesta sexta-feira (10), lançando incertezas sobre a passagem do grupo de brasileiros que aguardava autorização para cruzá-la. O grupo de 34 brasileiros e parentes integra a lista de 7ª estrangeiros que foram autorizados a deixar o território nesta sexta.

Desde cedo, eles aguardavam em frente ao posto de controle da cidade fronteiriça de Rafah, mas, segundo confirmaram ao g1 e à Globonews os embaixadores do Brasil em Israel, Frederico Meyer, e na Palestina, Alessandro Candeias, apenas duas ambulâncias com feridos conseguiram cruzar até o momento. Os embaixadores ainda desconhecem se os brasileiros conseguirão atravessar ainda nesta sexta-feira.

O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou o fechamento da passagem e ressaltou que não é possível afirmar se a passagem dos brasileiros ocorrerá hoje ou no fim de semana. A complexidade da situação envolve o entendimento de que ambulâncias têm prioridade na travessia.

O grupo, formado por 34 pessoas que estavam no sul da Faixa de Gaza, será repatriado após um longo caminho por terra e ar até chegarem a Brasília. A chegada dos repatriados está prevista para domingo (12).  Assim que cruzarem a fronteira, será avaliada a necessidade de atendimento médico em Rafah. Uma equipe do Itamaraty está pronta para recebê-los, e o governo egípcio montou um hospital de campanha para atendê-los.

O grupo terá duas opções de trajeto: ir de ônibus até o aeroporto de El Arish, a 53 km de Rafah, para embarcar no avião presidencial; ou viajar de ônibus até a cidade do Cairo, em uma viagem terrestre que durará entre cinco e seis horas. A previsão é que, após escalas em Roma, Las Palmas e Recife, o grupo chegue ao destino final em Brasília.

O governo brasileiro oferecerá abrigo, documentação e alimentação para os repatriados em Gaza. Uma força-tarefa será mobilizada no aeroporto, com estrutura de acolhimento, médicos, psicólogos, e um posto de imunização. As famílias poderão ficar abrigadas no estado de São Paulo, com cada família tendo um espaço separado. As opções para os cidadãos palestinos incluem a entrada com visto brasileiro, pedido de admissão excepcional ou pedido de refúgio.

O embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, confirmou ao GLOBO que a fronteira foi fechada antes que os brasileiros pudessem atravessar e expressou que é "difícil" que a saída ocorra nesta sexta-feira. Em meio à incerteza, o embaixador informou que a equipe da embaixada deve pernoitar na cidade de al-Arish. "A fronteira está fechada. Ninguém passou, brasileiros ou estrangeiros. Somente umas poucas ambulâncias", destacou.