Fundador da Ricardo Eletro é solto nesta quinta-feira (9)
Ele disse que fará uma live na segunda-feira para se explicar

Foto: Reprodução/ TV Globo
Ricardo Nunes, fundador da Ricardo Eletro, foi liberado da prisão pela Justiça na tarde desta quinta-feira (9). Ele prestou depoimento sobre as investigações que culminaram na operação "Direto com o dono". O empresário foi preso na quarta-feira (8) em São Paulo. Em seguida, foi conduzido de avião até Belo Horizonte e seguiu para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) em Contagem, na região metropolitana.
Após ser solto, Ricardo afirmou que tudo já foi esclarecido e fará uma "live" na próxima segunda-feira (13) para se explicar. A operação foi realizada pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, com o objetivo de combater sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
A filha do empresário, Laura Nunes, e o superintendente da Ricardo Eletro, Pedro Daniel, também chegaram a ser presos. Mas as prisões foram revogadas ainda na quarta. Segundo levantamentos da força-tarefa do Ministério Público, aproximadamente R$ 400 milhões em impostos foram sonegados.
Além dos três mandados de prisão, a operação cumpriu também 14 mandados de busca e apreensão. Em Minas Gerais, os mandados foram cumpridos nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima. Em São Paulo, há alvos na capital e em Santo André.
De acordo com as investigações, a rede de varejo cobrava dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente aos impostos, mas não fazia o repasse ao estado. Além dos mandados de prisão, a Justiça determinou o sequestro de bens imóveis do empresário, avaliados em cerca de R$ 60 milhões, para ressarcir danos causados ao estado de Minas Gerais.
"O valor da dívida dessa empresa está girando em torno de R$ 380 milhões com o estado de Minas Gerais. Colegas promotores da Paraíba, do Rio de Janeiro e de Goiás me ligaram hoje, interessados no compartilhamento de informações e provas. Também nesses estados esse grupo empresarial é detentor de dívidas", relatou o promotor de Justiça Fábio Reis de Nazareth.
Segundo a força-tarefa, a pena do crime tributário pode chegar a 2 anos de reclusão. Já a pena por lavagem de dinheiro varia de 3 a 10 anos.