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Galípolo defende acordo do BC com Campos Neto por falhas de controle no Santander

Galípolo fez referência à tese de que o acordo firmado entre o Banco Central e Campos Neto teria impedido uma investigação contra o ex-presidente da instituição.

Por FolhaPress
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Galípolo defende acordo do BC com Campos Neto por falhas de controle no Santander

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu nesta terça-feira (25) o acordo de R$ 300 mil firmado pela autarquia com Roberto Campos Neto neste ano, em caso envolvendo falhas de segurança com o banco Santander.

Segundo ele, os acordos não são de leniência. "O Banco Central não goza desse estatuto, o Banco Central não faz acordos de leniência. Como é que o Banco Central faria algo que não está no seu estatuto, não está na sua competência? Ele faz termos de compromisso, e ainda assim sem o alcance de interromper uma investigação criminal", disse em conversa com parlamentares durante sessão da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.

Galípolo fez referência à tese de que o acordo firmado entre o Banco Central e Campos Neto teria impedido uma investigação contra o ex-presidente da instituição.

Firmado em junho deste ano, o acordo definiu que Campos Neto pagasse R$ 300 mil ao BC por falhas no controle de operações de câmbio do Santander na época em que era funcionário do banco.

O termo assinado pelo ex-presidente do BC faz referência a "supostas práticas" consistentes em deixar de verificar a legalidade de operações de câmbio e de certificar-se da qualificação de clientes de câmbio do Santander, que pagou R$ 19,4 milhões pelas falhas. A reportagem procurou Campos Neto através do Nubank, onde ele atua como vice-chairman desde 2025, mas o banco disse que não irá se pronunciar sobre o tema.

O Santander disse nesta terça que o acordo não envolve reconhecimento de infração ou penalidade, mas o compromisso de reforçar processos e sistemas de conformidade de forma preventiva.

O instrumento, criado pelo BC em 2017, é um contrato administrativo sem formação de juízo quanto à culpa da instituição financeira e de seus representantes e que não alcança a esfera penal. O termo de compromisso permite chegar a uma solução consensual para o conflito, sem que haja litígio.

Ailton de Aquino Santos, diretor de fiscalização do Banco Central, destacou que a autarquia já assinou mais de 120 termos de compromisso, mas admitiu que este foi o primeiro envolvendo um ex-presidente do BC. "A decisão seguiu todo o caminho burocrático. Toda a governança foi cumprida nesse caso", afirmou.

Segundo o diretor, a infração cometida por Campos Neto não foi considerada falta grave. Questionado se as movimentações poderiam indicar lavagem de dinheiro ou outro crime, Ailton respondeu que, se esse fosse o caso, o BC não teria assinado o termo de compromisso.

"Seríamos obrigados a informar ao Ministério Público, e com toda a certeza julgaríamos o processo administrativo como falta grave. E, no caso presente, não foi considerado isso", afirmou.
Campos Neto trabalhou por quase 18 anos no Santander, com uma breve passagem pela gestora Claritas. Entre 2000 e 2003, foi chefe da área de renda fixa internacional do banco.

O economista era diretor de Tesouraria do Santander na época em que ocorreram as práticas sob investigação, de forma que o valor de compensação acordado foi assumido pela instituição. 

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