Economia

Galípolo é escolhido como chefe do BC e assume desafios econômicos em 2025

Economista foi indicado pelo presidente Lula (PT) para substituir o atual presidente da instituição

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Galípolo é escolhido como chefe do BC e assume desafios econômicos em 2025

Foto: Pedro França/Agência Senado

O economista Gabriel Galípolo foi o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar o Banco Central do Brasil (BC) a partir de 2025. Em janeiro, ele assume o posto no lugar de Roberto Campos Neto, indicado ao cargo em 2018 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, caso seja aprovado em sabatina feita pelo Senado Federal nesta terça-feira (8).

Galípolo era visto com desconfiança quando foi escolhido para diretor de política monetária do Banco Central, em maio do ano passado, por ser o ex-número 2 de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, mas devido ao comportamento na diretoria do BC, conquistou a imagem de um "nome técnico" ao longo do tempo, e sua indicação para a presidência foi vista com bons olhos pelo mercado financeiro.

A indicação para comandar o BC foi bem recebida pelo mercado financeiro. Mas Galípolo precisará enfrentar muitos desafios e conquistar a confiança dos agentes econômicos. Será necessário trabalhar no combate à inflação sem deixar de lado os efeitos prejudiciais que a taxa básica de juros pode causar à economia.

O futuro chefe do BC terá que enfrentar desafios relacionados ao controle da taxa Selic, dados de desemprego, PIB, dólar e, principalmente, inflação.

A taxa Selic está, atualmente, em 10,75%, o valor alto representa menos acesso ao crédito para pessoas e empresas, diminuindo investimentos e o consumo das famílias e enfraquecendo a atividade econômica no país. Ainda assim, a diminuição da atividade econômica contribui com a queda nos preços, por conta da diminuição na demanda. Galípolo precisa mostrar que segue critérios técnicos na condução da política de juros do país.

Em relação a inflação, o desafio é mantê-la sob controle, já que, ela já está próxima do topo da meta. Segundo André Galhardo, da Análise Econômica, as expectativas eram de ter uma inflação mais baixa em 2024, porém, essa expectativa foi se desfazendo ao longo do ano, diante de fatores como a disparada do dólar, os impactos do fenômeno El Niño nos alimentos e os conflitos no Oriente Médio.

A taxa de desemprego no Brasil no trimestre encerrado em agosto apresentou a taxa mais baixa atingida desde o mês dezembro de 2014. Foi o melhor mês de agosto de toda a série histórica, iniciada em 2012. Com mais pessoas trabalhando, a inflação pode ser impactada. Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, destaca que o desemprego está beirando o mínimo, com renda real em alta e criação de vagas de trabalho ainda "muito fortes".

O PIB do Brasil apresentou aumento de 1,4% no primeiro trimestre de 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a economia brasileira acumulou R$ 2,9 trilhões entre abril e junho. Com esse aumento, o maior desafio a ser enfrentado é lidar com uma atividade econômica forte. Apesar de indicado por Lula, Galípolo também deverá ser pressionado a adotar uma gestão de juros mais baixos, justamente de olho no desempenho da economia do país.

Até a segunda-feira (7), o dólar apresentou alta de mais de 13% no ano. A elevação do valor do dólar afeta as cadeias produtivas, elevando os custos das empresas e, consequentemente, os produtos finais, com reflexos na inflação. Produtores dão preferência a vender para fora do país e receber em dólar, diminuindo a oferta no mercado interno.

Outro desafio vem do que deve fazer o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Em setembro, a instituição decidiu cortar os juros do país em 0,50 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Essa foi a primeira redução na taxa desde março de 2020.
 

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