Gaúcha radicada na Bahia lança clipe "Semente"
Composição faz parte do disco Onça
Foto: Divulgação
A antenada artista multifacetada Alfamor transita pelas artes plásticas, fotografia, tatuagem, pelo audiovisual e, mais recentemente, pela música. Vertente que tem permitido a artista experimentar de maneira integrada e profunda camadas que vão do canto à composição.
Antes de lançar seu álbum autoral, teve composições suas em parceria com Ava Rocha, Saulo Duarte, Gustavo Ruiz e Tulipa Ruiz gravadas. A faixa "Terrorista del Amor" no disco "Tu" de Tulipa e “Avante Delírio" no álbum "Rebuliço" de Saulo.
Lançado no ano passado, seu álbum Onça (YBmusic) conta com composições próprias e foi produzido por Saulo Duarte. No dia 07 de dezembro, às 19h, Alfamor lança o clipe da música Semente.
Com direção de Liege Ferreira, as gravações foram feitas entre Porto Alegre e São Paulo e faz uma costura entre o dia-a-dia de mulheres de diferentes territórios, etnias, idades, corpos e origens sociais. Mulheres que representam sua luta e as de tantas outras mulheres em seus cotidianos, invocando a força da afetividade feminina. Como diz na canção: “Nossa força está no amor, nosso escudo protetor”, Alfamor faz um convite à focarmos no amor como ferramenta de luta e também proteção em um momento tão opressor. “A composição de 'Semente' surgiu logo quando o presidente atual tomou o poder. Foi assustador que aquilo realmente estivesse acontecendo, foi como um golpe e essa música veio como uma resposta, um movimento de não me deixar dominar pelo medo e focar no que me mantém sã”, diz. Para a composição, a artista se inspirou diretamente na socióloga e política Marielle Franco, que se tornou símbolo de luta por direitos no mundo inteiro.
Filmar em meio à pandemia foi um desafio. O clipe foi realizado com uma pequena equipe, em diferentes locações ao ar livre e seguindo todos os protocolos de saúde. "A vontade era de trazer alguma esperança. Pensar que unidas, despertas, diversas e conscientes conseguiremos de alguma forma passar por esse momento tão obscuro da história do nosso país. Quando a Paola me contou que havia escrito "Semente" no dia do resultado das eleições para presidência tudo fez muito sentido pra mim. Ainda nem sabíamos o que iríamos viver enquanto sociedade, mas o sentimento de que as mulheres são a linha de frente na mudança, e que seria necessária muita resistência e resiliência, já estava presente”, diz a diretora Liege.
"Semente" chega como um grito amoroso de que não estamos sós, de que a luta continua e que a esperança e a mudança estão em nós. Vem para ancorar nossa força no que temos de mais poderoso: o amor.